domingo, 30 de maio de 2010

Cenas de Araraquara

-Manhã de domingo (30/05), Rua Itália com Avenida Prudente de Moraes:
"Nu bafo"? Cena digna de registro. Mandei para o Macaco Simão da Folha de SPaulo;
- Sexta-feira (28), horário de almoço em um shopping de Araraquara (SP). Que mercadão é esse no meio da praça de alimentação?
E essa limosine?
Ah, sim! Descobri mais tarde num telejornal regional que era uma matéria sobre o mês das noivas e os novos serviços oferecidos. Interessantíssimo!
Mais curioso que se tratava de uma 'exposição' também em Rio Claro e encerraria neste domingo (30). A 'reportagem' encerrava falando o nome dos dois centros comerciais. Curioso...
É o mesmo noticioso que esta semana gastou 1´40" para mostrar a captura de um lobo-guará em São Carlos. Não havia nada mais importante em Araraquara, Rio Claro e nas outras 40 cidades da região cobertas pela afiliada.
-De boca cheia anunciam há um mês a chegada da tv digital nesta segunda (31). Reportagens sobre o sistema de transmissão, possível interatividade, qualidade, aparelhos de tv etc.
Ótimo! Só não mencionaram que o HDTV já está presente na maioria das grandes redes (Cultura, SBT, RedeTv, Record News). Antes tarde do que nunca.
Bom mesmo é o lobo-guará...
- Araraquara é ímpar: possui três shoppings e nenhuma vaga coberta para estacionamento.
Há poucos anos o mesmo centro de compras da morada do sol ainda não dispunha de câmeras de vigilância, até ser vítima de uma tentativa de assalto na madrugada e um roubo consumado a uma joalheria em pleno horário comercial. Há um ditado sobre porteira arrombada e cadeado, não há?

Presságio

Despertei cedo este domingo (30/05) com o presságio de que algo bom acontecerá ainda hoje ou no decorrer da semana.
Bom domingo!

sábado, 22 de maio de 2010

Missão individual




Não lembro se era 1976 ou 1977.
Mais provável que tenha sido 77.
Havia ganhado de presente  de meu pai o primeiro gravador de fita cassete. Na foto abaixo, de 1980, aos 8 anos, com o 'trambolho' no colo.
Ganhei também a trilha sonora nacional da novela Estúpido Cupido (Rede Globo).
Não deu outra: o 'DJ' baixou em mim e fiz o que precisava para convencer minha professora (falar e falar na cabeça dela e dos meus pais) a conseguir autorização da direção do Colégio Anglo Latino me deixar levar o gravador e a fita com as músicas de Cely Campello e cia para tocar na 'hora do recreio'.
O pessoal gostou. Até uma coleguinha nipônica, tímida de tudo, curtiu.
Vivia com esse gravador para todos lados: numa hora ouvia música; noutro plugava um microfone e enchia o saco de todo mundo gravando 'entrevistas ao vivo' ou 'apresentando' noticiários. Só não sei onde guardei (ou se joguei fora) as fitas com minhas gravações desse tempo.

Datilografando jornaizinhos em 1980: prenúncio de comunicação no ar













Meados de 80: gravando no 'estúdio' montado no quarto.
Era fã, tiete incondicional da Rádio Cidade FM 96,9 (hoje BandNews FM). Meu sonho: ser DJ, locutor da Cidade!



 
1988, em visita aos estúdios da Cidade
Da esq: eu, Yong, Elisângela, Vivian, Cléri e Bob Floriano (hoje garoto-propaganda Casas Bahia e voz-padrão da E!)



Rádio Cidade Sampa com suas cartucheiras, cartuchos e a mesa de som: era um sonho pilotar aquela 'nave', primeiro lugar no Ibope por muitos anos
  
 1994, estúdios da Morada FM em Araraquara [já comunicador em FM, ao lado de meu saudoso pai].
Anos depois retomaria o traçado original da vida: radiojornalismo

 2009:
ao lado de Nanci Fernandes, nos estúdios do jornalismo Morada

Na imagem abaixo, Luís Carlos [à minha esquerda] que disputava comigo a atenção e os olhares de Andréa -uma amiga da sala que dizia ser minha namoradinha-, disse: "Que legal você trazer o gravador e a fita!"
O tempo passou. E o que cada um da foto fez da vida?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fotojornalismo



Uma das grandes sacadas no jornalismo é a fotografia.
E fotojornalismo factual é o instante. Não dá para esperar ou pedir às pessoas envolvidas naquele cenário posarem para uma imagem, como se faz em reportagens especiais, onde um entrevistado faz caras e bocas ou simplesmente se deixa clicar pelo repórter fotográfico, enquanto é ouvido pelo jornalista.
Deu confusão na rua? Houve uma prisão em flagrante? É relevante? Não fotografou por quê?
Estava sem a máquina ou a bateria havia esgotado?
Já era. Não tem como repetir tudo aquilo. E possivelmente o emprego também foi para o beleléu.
A foto abaixo é carregada de mensagens.
Não se trata somente de uma cena de um protesto.
Mostra a agilidade do fotógrafo em seguir à frente da manifestação contra o FMI (IMF, em inglês), a velocidade da passeata e o sentido da seta no asfalto.
Ou seja, os participantes avançam com rapidez, escancaram a mensagem na faixa e apontam firmes com o andar a direção de saída ao FMI. É o momento que não foi desperdiçado. A maioria dos leitores não interpreta isso.
Entrevistas coletivas sempre inspiram imagens interessantes. Note que o entrevistado sai nos jornais com a imagem mais exótica, dentre dezenas que foram feitas. É uma composição com algum fundo, iluminação, seja o que for, deixa várias interpretações no ar.
Analise a composição desta imagem de Lula no exterior.
Entendeu?
Procuro andar sempre com minha máquina à mão.
Numa dessas, pelas madrugadas, fui ao local de um acidente com três vítimas fatais.
Minha foto foi capa do jornal Tribuna Impressa em 11 de março de 2003. Maria Antônia Dario era a editora-chefe naquele tempo. Foi um fríla [de free lance, um trabalho por fora, bico].
Outro momento que saquei do arquivo foi no jornal Vitral da Uniara em 2006.


Era um dos 'fotógrafos' desta edição. A foto da rua Voluntários da Pátria foi feita no mesmo dia da imagem da clínica de fisioterapia.
A dos trilhos foi ideia de João Castro, que sugeriu escalar uma caixa dágua numa fábrica desativada.
Topei, mas ao atingir a tampa da caixa em forma de chapéu chinês, tremi.
Tremi ao olhar ao redor e ver uma paisagem magnífica e cair na real de estar a mais de 40 metros de altura num lugar sem nenhum apoio físico e com uma escada enferrujada.
Nesta imagem em P/B estão as duas caixas. A mais baixa foi escolhida, pois a de 60 metros estava sem escada.
Mas valeu.
Outro momento para foto estava na varanda de um dos estúdios do jornal na avenida Bento de Abreu.
Minutos antes de entrar no ar saí para ver o dia clarear. Corri pegar a máquina e deu no que deu.

Como sempre busquei matérias em lugares que se modificam com o passar do tempo, aproveitei para detalhar o andamento das obras de asfaltamento da vicinal entre Bueno de Andrada e Silvânia (distritos de Araraquara e Matão, respectivamente) e fotografei de um viaduto estreito sobre a ferrovia. Hoje o lugar é pavimentado e serve de rota de fuga do pedágio mais caro do planeta na SP 310 (coisas do Zé Pedágio).

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mais pedágio!


Havia antecipado há alguns meses a determinação do governo estadual 'cada vez melhor' em aumentar os pontos de cobrança de pedágio nas rodovias da região central de São Paulo. Eram 40 nas mãos de Mário Covas (PSDB) em 1994. Hoje ultrapassam 160. Ano passado 21 novas praças foram construídas.
A caixa de Pandora, deixada pelo ex-governador paulista e  atual pré-candidato José Serra (PSDB) à presidência, finalmente foi aberta.
Começamos por Rio Claro, que implantará em quatro praças a cobrança ida e volta.
A Artesp, a agência-cabide que permitiu tamanha pouca vergonha desde 1996 com as privatizações das estradas paulistas, argumenta que não aumentará, mas dividirá pela metade o valor cobrado. Bonzinhos!
Corre nos bastidores que o pedágio de Araraquara, cuja tarifa é de R$10,80 na ida e volta (um dos mais caros do planeta), será diluído com a construção de uma nova praça de cobrança entre São Carlos e a morada do sol.
Resta saber se ficará entre São Carlos/Ibaté ou Ibaté/Araraquara. Do jeito que Araraquara é 'cagada de araque', imagine onde será fincado este belíssimo empreendimento tucano.
Outra informação (ainda) não confirmada é que, após recentes obras de recuperação, o trecho Araraquara-Jaú da SP 255 será duplicado, nas mãos de uma concessionária que construiria primeiro os pontos de cobrança e depois executaria a obra.
Assim é fácil.
Após as eleições talvez venha também a fatura das novas pistas e pontes da Marginal Tietê [executada às pressas em época de chuva e entregue mal sinalizada], com um provável pedágio urbano, o primeiro no Brasil.
É isso o que o paulista e o paulistano querem?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Edifício Joelma

Notícia publicada nesta sexta (14/05) na Folha de SPaulo:

Por superstição, QG tucano em São Paulo, no Joelma, vai ter o número alterado
CATIA SEABRA

da Reportagem Local
O staff de José Serra contará com o apoio do aliado e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para se livrar da influência malévola do 13 durante a disputa eleitoral. A pedido do presidente do PMDB, Orestes Quércia, e com a autorização do proprietário do imóvel, a Prefeitura de São Paulo está trocando o número do edifício onde funcionará o comitê de campanha de Serra e Geraldo Alckmin nessas eleições: de 184 para 182.
A associação com o 13 do PT é só coincidência. Discípulo de Pitágoras --e adepto da teoria de que cada número traz um significado--, Quércia quer é afugentar os efeitos do temido 4. Como sua pronúncia se assemelha a "morte" em chinês, o 4 é evitado no Oriente. E por Quércia.

Para chegar a um resultado na numerologia, é preciso somar os algarismos de um número até que reste apenas um. É assim que 184 (1+8+4) vira 13. E, depois (1+3), 4.
Quércia recorre à numerologia cada vez que se instala num novo endereço. Como ocupará salas do edifício Praça da Bandeira --antigo Joelma--, pediu a troca. Kassab consultou o proprietário.
Com a mudança, troca-se o 4 pelo 2. Embora rechace a vinculação do 4 com a morte, a numeróloga Vera Caballero reconhece que o 2 é benéfico por sua associação à diplomacia --o 4 seria "falta de jogo de cintura".
QG do tucanato desde 2004 --quando abrigou a equipe de transição de Serra para a prefeitura--, o Joelma foi palco de trágico incêndio em 1974, com 188 mortes.
Pré-candidato do PSDB ao Senado, Aloysio Nunes Ferreira confessa que tem medo de assombração. Mas que isso não se aplica ao Joelma. Apesar disso, ele diz que os comitês do partido foram benzidos antes de ocupados.


Pobre Edifício Joelma!

Nos próximos meses, verdadeiras assombrações políticas tomarão conta do lugar com tudo a que tem direito: numerologia, jogos de interesse, mandingas, acordos etc.
A começar pela troca do número do imóvel; na verdade, um capricho pessoal.
Número por número, arrisco na loteria.
Trabalhar é mais produtivo.
É o que estes nobres políticos deveriam fazer, ao invés de se preocupar com melindres fúteis.

A tragédia do Edifício Joelma: 188 mortos
Um incêndio na manhã de 1o de fevereiro de 1974 consumiu o prédio de 25 andares, localizado na Avenida Nove de Julho em São Paulo, matando 188 pessoas e ferindo outras 300.
Um mistério cerca o terreno onde foi erguido o imóvel, reformado e rebatizado de Prédio Praça da Bandeira.
No mesmo local, em 1948, muito antes de sua construção, a polícia e o corpo de bombeiros resgataram de um poço existente nos fundos de uma residência existente à época, os corpos de um químico, suas irmãs e sua mãe.
Assassinatos e um suicídio com possíveismotivações, sem um conclusão.
Outra informação relata que o local foi um pelourinho, com fantasmas de escravos vagando na região.
O que mais chama a atenção foram os 13 corpos encontrados em um elevador do prédio incendiado, sem qualquer identificação [não havia exame de DNA]. O 'mistério das 13 almas' alimenta histórias de assombração no cemitério São Pedro, onde foram sepultados e ainda hoje recebem constantes visitas.
O incêndio foi tema do filme 'Joelma 23o andar' e foi focalizado no programa 'Linha Direta' (2005) da Rede Globo.

Para saber mais:
YouTube (6 partes)
http://www.youtube.com/watch?v=48wDpDn9SHc&feature=PlayList&p=D9119AD0F66E2DA5&playnext_from=PL&playnext=1&index=28




quarta-feira, 12 de maio de 2010

Posicionamento dos jornais

Logo abaixo estão uma carta publicada no Painel do Leitor da Folha de SPaulo deste 11/05/2010 e a causa do comentário perspicaz, publicado pela ombudsman Suzana Singer, empossada no cargo em abril deste ano:

Imprensa

"A Folha e "O Estado de S. Paulo" ainda mantêm uma linha editorial retrógrada e ultrapassada, como se a população de São Paulo fosse hoje como era há 60 anos, composta por pessoas mais cultas.
Hoje, infelizmente, 80% da população é semianalfabeta -e não gosta de ler. Mas ambos os jornais continuam usando colunistas para omitir opiniões tendenciosas, que não esclarecem nada. E o povão não está nem aí para ler reportagens ou análises.
Que os diretores das redações leiam e releiam o que escreveu a senhora Suzana Singer, ombudsman da Folha, sobre o que foi exposto acima. Parabéns a Suzana Singer pelo puxão de orelhas dado."
FRANCISCO DE ALMEIDA FERRAZ (São José dos Campos, SP)

SUZANA SINGER

ombudsman@uol.com.br


Menos opinião, mais informação
Para se diferenciar da informação ligeira da internet, a Folha está investindo em textos que contextualizem a notícia, mas falta distinguir melhor análise de opinião
A Folha tem 99 colunistas. Em comparação com os concorrentes nacionais e com vários jornais do exterior, ganha de todos em número de colunas por espaço editorial. É, provavelmente, recordista mundial em "colunismo".
Desde o ano passado, o jornal vem formando um novo time, desta vez de analistas. São 128 especialistas, incluindo alguns jornalistas da casa, convidados a escrever pequenos textos que devem contextualizar a notícia do dia anterior.
A iniciativa, louvável, é uma das formas que o jornal encontra de se diferenciar da informação bruta, seca e ligeira da internet.
É um meio também de enriquecer o noticiário sem contaminar a reportagem: o jornalista descreve, da forma mais neutra possível, o que aconteceu e, ao lado, outra pessoa tenta inserir o fato em um cenário maior.
Para deixar clara a diferença entre o que é notícia e o que não é, a Folha usa vinhetas de "análise", "artigo", "opinião" e "depoimento". São palavras azuis acima dos títulos.
Nos últimos dias, porém, vendeu-se gato por lebre. Textos opinativos apareceram travestidos de análise. A diferença, às vezes tênue, é importante. Em 29 de abril, Dinheiro publicou que "é hora de reverter os estímulos dados para que o crescimento se acomode em patamar mais sustentável, evitando que a festa de consumo, investimento e gastos do governo de hoje se transforme em ressaca inflacionária mais à frente". A frase, que parece declaração do presidente do Banco Central, fecha um desses textos editados como "análise".
No dia seguinte, outro artigo, em Brasil, dizia que, na validação da Lei de Anistia pelo Supremo Tribunal Federal, "prevaleceu o medo atávico de enfrentar vergonhas do passado". Mais uma vez, a identificação que aparecia era "análise".
Há uma semana, foi a vez de Mundo de editar um texto "analítico" ao lado de uma longa entrevista com o presidente da Venezuela. Nele, o autor afirmava que Hugo Chávez é o "campeão" da "enrolação" e que é "mais idolatrado do que Cristo num culto evangélico" nos meios de comunicação oficiais.
A confusão ocorre, em geral, quando há um suposto consenso sobre o assunto focado: parece unânime que a inflação deve ser combatida com juros, que seria melhor julgar torturadores e que Hugo Chávez odeia a liberdade de imprensa. É tão "óbvio" que nem parece opinião.
Um comunicado da Secretaria de Redação, divulgado nesta semana, define os requisitos que uma análise deve ter: histórico do acontecimento focado, suas consequências e implicações, o ambiente em que o fato se deu, os beneficiados e prejudicados, os desdobramentos práticos e, quando possível, diferentes interpretações da notícia.
Já nos textos opinativos, o autor toma partido, argumenta, defende medidas e tenta convencer o leitor. É o que fazem os 99 colunistas, escolhidos justamente por terem convicções fortes. A Folha não precisa de mais opinião em suas páginas. Mais informação, em formato de análise, é sempre bem-vinda.

PIMENTA EM MANCHETE
Na terça-feira, a Folha manchetou: "Governo quer estimular portador de HIV a ter filho". O que se entende é que o governo pretende incentivar soropositivos a engravidar, certo? Não era isso que dizia a reportagem.
O texto dizia que o Ministério da Saúde discute um documento que orientará os portadores de HIV que queiram ter filhos a fazer sexo sem camisinha, mas da forma menos arriscada possível (em datas e condições clínicas específicas).
É um tema polêmico, porque a Organização Mundial da Saúde indica apenas inseminação artificial nesses casos.
Mais próximo da realidade era o título interno: "Governo defende reprodução planejada de soropositivos".
A Secretaria de Redação não concorda que a manchete estava errada. Afirma que "o conjunto de orientações do Ministério da Saúde configura um estímulo à reprodução".
Acho que a Folha decidiu, sem precisar, colocar mais pimenta num assunto já picante.

IRRITANDO CORINTIANOS
Vários leitores escreveram reclamando de "brincadeiras" da Folha com corintianos. Na quinta-feira, na capa de Esporte, foi publicada uma foto de um torcedor arrasado, com os dizeres "sem ter nada", um trocadilho com "centenário" que o clube comemora neste ano.
Na Folha Online, uma "reportagem" elencava brincadeiras e piadas que circulam na rede desde a derrota do Corinthians. Pra que irritar o leitor?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Imagem do dia 11/05/2010

Imagem feita na Vila Xavier, Araraquara (SP).
Enviei ao Macaco Simão, da Folha de SPaulo.
Por sinal, ele comentou em sua coluna, hoje, sobre o nome do motel que vi em Prata(MG), às margens da BR 153, a caminho de Abadiânia(GO): TÕ Q TÔ.
O texto segue abaixo.

JOSÉ SIMÃO

Socuerro! Dunga afoga o Ganso!
Deputados argentinos aprovam o casamento gay. Ou casa com gay ou com argentino. Rarará!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
E sabe por que o Dunga não toma Viagra? Porque já tem a cabeça dura! Rarará! E em Clevelândia, no Pará, tem uma farmácia que vende Vick Vaporub por dedada. Cada dedada custa R$ 0,50!
E deputados argentinos aprovam o casamento gay. Agora pode escolher: ou casa com gay ou com argentino. Rarará! E o Dunga tá ferrado! Povo quer Ganso na Copa. Pra fazer dupla com o Pato! Seleção Animal do Dunga: Pato e Ganso. MULA, Pato e Ganso! Vamos enriquecer a vida selvagem africana. DUNGA WILDLIFE! Avecídio na Copa: come o pato e afoga o ganso!
E o álbum da Copa? Eu já falei que os argentinos têm que colar tudo de cabeça pra baixo! E eu não consigo completar o Paraguai. Vou completar com figurinha pirata. Acho que vou pedir algumas pro Tuma Jr. Rarará! E sabe qual é a figurinha 171? Um jogador grego! E um leitor me disse que o Serra tá parecendo um joelho de gravata!
E o ônibus da seleção na Copa? Agora os torcedores podem sugerir frases pra pintar no ônibus. Oba! O Eramos6 já sugeriu varias: 1) Neymar e Ganso estão aqui dentro; 2) De pensar morreu um dunga; 3) Pelé, não torça pela gente, ok?; 4) Dunga não poderá vir, mandou o Felipão no lugar!; e finalmente: "Ei, Messi, vá tomar no C#". Rarará!
E sabe aquele novo aparelho que os americanos botaram nos aeroportos? SCANNER! Pois é: "Scanner mostra tamanho de pênis e americano vira motivo de piada". Pra combater o terrorismo, eles fazem terrorismo com os colegas! Rarará! Sessão do Tribunal de Justiça de Pernambuco presidida pelo desembargador Augusto Duque. Processo de estupro. Entre as testemunhas, uma irmã da vítima. E o desembargador: "Que entre a arrolada". "Doutor, a arrolada não foi eu não. A arrolada é a minha irmã." Rarará!. É mole? É mole, mas sobe! Ou, como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Prata, Minas, tem um motel chamado TÔ Q TÔ! Ueba! Mais direto impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Zorba, o grego": Deus da Cueca! Que vai salvar a Grécia. Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!



segunda-feira, 10 de maio de 2010

Rápidas & Ácidas

- Nem bem retorno a Araraquara (SP) e ligo a tv no primeiro telejornal regional. Uma das manchetes é sobre o furto de pés de alface e mandioca em Santa Cruz das Palmeiras.
- Em outro, a abertura do noticioso avisa: "Atenção emissoras que monitoram nosso sistema de comunicação", seguida de uma contagem regressiva.
Quem monitoraria uma afiliada que sequer dá a mínima para a macrorregião, a não ser o próprio umbiguinho em Ribeirão Preto?
Numa semana, início da safra de batata e os preparativos da festa do milho em um distrito como notícia importantíssima para 40 cidades de uma região.
Hoje, matérias sobre furto de pés de alface e mandioca. Além, é claro, a vinheta do monitoramento.
A imprensa regional precisa parar com essa pasmaceira e dar um basta nessa megalomania.
Afinal, se fossem emissoras que não vivessem à sombra de uma geradora na capital paulista ou carioca, esturricariam pela falta de visão e criatividade.
Surpreende a TVM (TV Matão), que abrange sua cidade e consegue dar conta do recado: é local e ponto.

Salsisôm, camálôn,né?

Primeiro de maio, sábado.
Sem nada para fazer, minha amiga Paula chamou para dar uma volta na Liberdade.
Na verdade, era um pretexto para comer pastel no Yoka (Rua dos Estudantes, 37, 11 3207 1795).
Fiquei intrigado ao descobrir no site http://www.yoka.com.br/ um tal pastel japonês, que leva tofu (queijo de soja), kamaboko (massa de peixe), shitake (cogumelo asiático) e cebolinha.
Achei estranha aquela composição com jeito de invenção, assim como inventaram os sushis de atum (passável) e manga (não dá!).
Mas, vamos lá.
O lugar é pequeno e vive lotado.
Paula pediu um bolinho de bacalhau e um pastel de palmito.
Arrisquei o tal 'pastel japonês'.
Meu avô materno teve, por muitas décadas, um bar e lanchonete a algumas quadras dali. Havia o pastel de carne, queijo, palmito, o especial, a esfirra de carne e os doces japoneses que produziam. Nada parecido com o que se vê por aí, com trocentos tipos de pastéis.
Antes de anotar meu pedido na comanda, perguntei à balconista se a iguaria diferente tinha bastante saída.
Respondeu que sim e foi fácil comprovar ao redor.
Havia três pessoas devorando seus pastéis de tofu.
Ainda desconfiado, esperei aqueles minutos como quem vai abrir um presente.
Nosso pedido chegou.
Ao dar a primeira mordida, a decepção: não tinha sabor de nada.
O tofu não estava temperado e não conseguia entender o que estava mastigando: kamaboko, tofu, shiitake?
Só tinha certeza dos anéis de cebolinha.
Acabei por ficar com metade do pastel de palmito que a Paula lutava para comer depois de um bolinho de bacalhau.
O Yoka é muito bom, mas essa invenção do pastel japonês não desceu legal...
Depois dessa experiência, só mesmo essa foto que fiz em seguida na feirinha da Liberdade, numa barraca de espetinhos.
Lá, Paula pediu um espetinho de camarão e ouviu de minha conterrânea a pergunta:"Camálôn, né?"
Melhor camálôn que salsi'S'ão.

Conheci ontem (09/05) o Paxtel 9 (com x mesmo) na José Maria Lisboa, 757, esquina com a Nove de Julho, 11 3884-8942.
São pastéis de 30 centímetros. Vale por uma refeição e dá para duas pessoas tranquilamente. Dica: pastel de palmito.
Tanto o Yoka como o Paxtel 9 valem a pena.
Boa semana!

domingo, 9 de maio de 2010

Diário de bordo: Abadiânia (GO)

Ter fé. Acreditar.
Nas duas intervenções cirúrgicas na guerra contra o câncer cerebral foi assim.
Minha formação católica e a descoberta do kardecismo em 2002 após a primeira cirurgia me transformaram numa pessoa ecumênica. Em 2009, após a segunda cirurgia, veio a reafirmação.
Recebi correntes de oração e apoio moral de todos: do ouvinte anônimo que telefonava no jornal para saber como estava minha saúde aos amigos de longa data. Como agradecimento, meu respeito a todas correntes religiosas e retribuição em forma de oração.

Casa de Dom Inácio
Aberta aos que têm fé. É assim a Casa de Dom Inácio, fundada por João Teixeira de Faria, 73, em Abadiânia (GO), município de 12 mil habitantes, que atrai gente de todos os continentes em busca de curas espirituais.
Neste post deixo minhas impressões de jornalista e protagonista de uma cirurgia espiritual. Demorei alguns dias para conclui-las, pois algum detalhe sempre surgia à medida que digitava estas linhas. O diário de bordo pode ter ficado um pouco extenso, confesso. Mas li e reli inúmeras vezes. Creio que seja o mínimo necessário para que o leitor possa compreender um pouco sobre espiritualidade e cirurgias espirituais, na visão de quem se submete ao procedimento. É o que explica João de Deus, em seu livro Curas Espirituais (AB Ed., Goiânia, 224p., 3ª edição, 2009), que todos nós possuímos mediunidade: de tipos variados, em maior ou menor grau, mas a temos. Minha ‘mediunidade de inspiração’ levou alguns dias para digitar o texto abaixo, talvez para mim mesmo. Porém, se alguém tiver lido o relato no blog e, quem sabe, até postado um comentário, fico feliz.
Tranquilizo aqueles que imaginam um lugar aterrador, com cenas de cirurgias espirituais como as que são exibidas de maneira distorcida em alguns filmes e por alguns canais de televisão.
Nada disso. A mediunidade já foi comprovada, mas até hoje a ciência e a medicina debruçam-se sobre o assunto na tentativa de descobrir de onde emana essa força na massa cinzenta de algumas pessoas.
Glândula pineal avantajada, formação cerebral diferenciada? Ainda não se atingiu a resposta conclusiva, mas o fato é que alguns indivíduos desenvolvem capacidades específicas no campo da mediunidade: alguns vêem, ouvem, conversam; outros sentem ‘presenças’ e ainda há os que psicografam, pintam quadros, movem objetos de lugar ou realizam cirurgias espirituais.
Os eventos da vida se encaixam em seu devido tempo. Foi assim que descobri Abadiânia.
Uma tia materna, moradora em Brasília (DF), esteve em São Paulo em março e nos visitou.
Não recordo qual o ‘gancho’ para a conversa entrar na espiritualidade. Talvez conversássemos sobre minha quimioterapia.
Católica, comentou sobre as pessoas que se dirigiam até Abadiânia, sem saber detalhes.
Alguns dias depois a Folha de SPaulo publica em seu caderno semanal Mais! (21/03/2010) uma reportagem sobre João de Deus.

Diário de bordo

Terça-feira, 20/04
Nove horas de estrada entre Araraquara (SP) e Abadiânia (GO): José Carlos Magdalena, Valdir Massucato e eu, em uma viagem que esclareceria dúvidas e reafirmaria minhas convicções sobre a espiritualidade.
Fomos recebidos na pousada do casal Miriam e Cláudio Pruja. Gaúchos, vivem no cerrado goiano há 12 anos.
Recebemos uma breve explicação sobre o funcionamento da Casa de Dom Inácio nos dias em que é aberta ao público (quartas, quintas e sextas, independente de feriado).

Quarta, 21/04
Após o café da manhã fomos ao hospital espiritual, como se autodenomina a Casa.
No caminho, desperta atenção a fachada do comércio próximo, em português e inglês. “Speak english [fala-se inglês], indian clothes [roupas indianas]” são resultantes da maciça presença estrangeira na cidade. Nem nas ruas de São Paulo deparei com tantas indicações em inglês (apenas aquelas lojas de shopping com nomes em inglês, muitas sem significado; estrangeirismo ridículo). Abadiânia? Abadiânia é mesmo John Of God mesmo.
Os trabalhos têm início 8 e 14h. Não há necessidade de senha. Nada de ficar madrugando em fila como em alguns lugares.
As pessoas chegam calmamente, vestidas de branco em sua esmagadora maioria. É uma recomendação. “Importante é ter fé, independente da religião”, explicou Miriam.
Minutos antes, Cláudio nos apresenta as repartições da instituição: sala da corrente, dos médiuns, da entidade, passe, enfermaria (afinal, trata-se de um hospital espiritual), banho de cristal, a cachoeira, a varanda (cuja visão é impressionante) e os jardins.
Algumas pessoas já estão ali: em silêncio absoluto oram, meditam, assimilam a energia do local. Contagia mesmo. Inenarrável.
Conhecemos João de Deus, no instante em que chegava de Anápolis (GO), onde mora. Uma rápida apresentação e a (boa) impressão de uma pessoa simples.
“Todos são atendidos. A Casa não é ligada a nenhuma religião”, explica o preletor da manhã, falando em português, inglês (francês e alemão em alguns momentos), no início do discurso sobre um altar simples, cercado de quadros, imagens, símbolos e muitos vasos de flores. Detalhou o funcionamento da instituição. Casa cheia. Calculei 800 pessoas naquela manhã de feriado.
Três fotografias em uma parede mostram João de Deus encarnado, sentado em uma poltrona, do mesmo jeito que o veria mais tarde.
Cada foto apresenta uma mancha alaranjada em formato de raio, ao lado do médium.
Analisei de perto as imagens, provavelmente uma manifestação espiritual. Não identifiquei sinais de manipulação em computador. Nada.

Tela de LCD
Uma tela de LCD mostra cenas de cirurgias visíveis, com corte. O que atrai minha atenção é a forma simples que João utiliza um bisturi: a higienização, em todo o processo, é realizada com um algodão embebido em água fluidificada por cristais. Só isso.
Os operados não sentem dor e sangram quase nada.
A explanação multilíngue determina a organização em filas de quem está lá a primeira, segunda vez ou retornava após tratamento ou cirurgia. É igual marcar consulta com um médico: ele ouve, diagnostica e dá seu parecer. Cada um apanha uma ficha na livraria. Em um hospital espiritual a diferença está no plano da ação.
O calor aumenta à medida que as horas avançam, mas ninguém desiste ou reclama. No máximo, alguns se sentem desconfortáveis no interior goiano, mesmo sob os muitos exaustores eólicos no teto do salão. Se Araraquara é conhecida por ‘morada do sol’ por seu clima quente, imagine mergulhar no clima do cerrado.
Sem esforço, nada é atingido. Se vier fácil, não possui merecimento; perde-se em pouco tempo. Aprendi isso em casa. Explicam este ensinamento na preleção: se fizer por merecer, será atendido.

Primeira vez
Entro na fila da primeira vez. Os pedidos de desligar o celular são repetidos constantemente. Assim como o de não cruzar os braços e as pernas (para quem está sentado). É para não dispersar energia espiritual.
É nítida a presença de europeus, asiáticos e americanos no local. Destacam-se de nós, brasileiros, bronzeados por natureza. Vejo também uma africana, porte físico avantajado, com turbante alvo e suas vestes típicas, concentrada ao máximo.
Todos nós, na mesma sintonia.
Sigo para dentro da primeira sala. Vejo muitas pessoas em corrente espiritual, orando o Pai Nosso e Ave Maria, orientadas por voluntários que falam baixinho em português e inglês.
É indescritível o que se passa lá. Lembra “Se Eu Quiser Falar Com Deus”, de Gilberto Gil. Sigo em fila indiana, lentamente, até aproximar de João de Deus, compenetrado com sua entidade espiritual.

Diferença de visão
Cláudio havia explicado, na noite de terça-feira, que os europeus e americanos enxergam a espiritualidade de forma diferente da nossa. Eles viajam milhares de quilômetros crentes que é João de Deus quem vai curá-los.
Na verdade, João não é médico, não possui CRM [registro profissional no Conselho de Medicina]. Não cura ninguém. Eu explico.
Observo ao redor os médiuns que acompanham João. Todos estão em transe: sentados, alguns acomodados com travesseiros na nuca.
Quem nunca viu, pode pensar que dormem. Não é isso.
Cada médium empresta seu corpo a uma entidade espiritual. São ‘torres de celular’ na ‘conferência’ repleta de boas vibrações. Tal qual João, profundamente incorporado.
Cláudio me pergunta se quer que ele fale com João sobre meu problema de saúde. Por ser ‘estreante’, meu sorriso é o aval.
Chega minha vez. Cláudio sussurra ao ouvido de João sobre meus tumores cerebrais.
João, categórico, diz: “Banho de cristal hoje à tarde; volte amanhã que vou te operar.”
Só isso. Magdalena, que estava à minha frente, recebeu um papel rabiscado das mãos de João. Era uma receita à base de passiflora (pó de maracujá) em comprimidos. Valdir, que entrou minutos antes, também recebeu.
Somos guiados para receber um passe mediúnico na sala ao lado. Um minuto. E saio leve.
Explicações complementares são transmitidas do lado de fora.
Frisam antes e depois que ninguém é obrigado a nada. Se não acreditou, não há problema algum. Fica por isso. Quem sente segurança no tratamento espiritual que se inicia, deve seguir a regra de não ingerir bebida alcoólica, comer carne de porco ou pimenta durante o tempo da medicação de passiflora. Deve manter abstinência sexual por 40 dias.
Os que receberam a receita se dirigem à farmácia, onde os comprimidos são adquiridos. A passiflora receitada pela entidade espiritual possui a mesma composição, mas funciona diferente para cada um que a recebeu. Servirá apenas ao próprio ‘paciente’ espiritual. O aviso é claro: em momento algum abandona-se os remédios que os médicos alopatas receitam.

Doença: causa espiritual
Para João de Deus, muitas doenças têm origem espiritual. A consequência se manifesta no corpo físico. A Seicho-No-Ie segue a mesma linha. Meu avô foi preletor dela.
Quem teve prescrição para retornar em alguns dias, deve fazê-lo.
Todos que passam por João de Deus se alimentam com uma sopa de legumes (apetitosa, por sinal). Mata nossa fome física; ao mesmo tempo alimenta nosso espírito. É preparada na cozinha local e não custa nada.
João de Deus mantém, em outro ponto de Abadiânia, a Casa da Sopa, que oferece refeição à população carente diariamente.
Voltei à tarde para o banho de cristal, uma espécie de preparo para a cirurgia no dia seguinte. Paguei os 20 reais e retornei às 14h.

Banho de cristal
O banho de cristal consiste entrar numa sala escura, ser acomodado numa maca higienizada, e receber -por 20 minutos-, o banho de luzes provenientes de cristais lapidados instalados acima de quem se deita.
Os olhos são cobertos com uma venda branca. A música suave completa o processo. Caía no sono quando a sessão terminou. Foi revigorante.
Retornei à pousada e dormi bem até o jantar. Comida simples, como deve ser nossa alimentação.
Comemos para viver e não o contrário, como pensava até julho do ano passado. Pesava 88 quilos. Hoje estou com 68 e tive que trocar minhas calças 42 por 38 ou 40. Tomei vergonha na cara e reaprendi.

Sorvete e lan house
Aproveitei o tempo livre para caminhar pelas redondezas. Tomei sorvete caseiro, encontrei uma lan house para me atualizar com o noticiário e voltei. Tudo fecha às 22h.
Na pousada não há televisor nos quartos. A ideia é que os hóspedes/pacientes repousem. Silêncio de mosteiro nos corredores.
Ouvi uma ou outra conversa em voz baixa, em uma língua muito diferente do inglês.
Foi ótimo dormir bem assim. Com o vibracall disparei muitos sms para Sampa e Araraquara, contando o que via e sentia. É inspirador estar num lugar como esse.

Quinta, 22/04

Sala da corrente
Logo cedo, após o café, fui aconselhado a participar da sala da corrente, que começou 7h30.
Pode parecer cansativo ficar sentado ao lado de muitas pessoas que meditam e oram em favor dos médiuns, das entidades espirituais e João de Deus, que faz o mesmo que na manhã anterior. Porém estava numa situação diferente.
Num dia fui atendido. No seguinte ‘reforçava’ o ambiente. Saí 10h50. O tempo voou e só pensava na cirurgia.

Joseph
Fui direto para a fila da sopa, onde conheci Joseph, australiano de Melbourne, que veio pela primeira vez ao Brasil com mais nove pessoas.
Praticando meu inglês macarrônico, Joseph explica que possui um problema sério de visão e não consegue enxergar direito, mesmo passando por quatro oftalmologistas em cidades distintas na terra do canguru.
Afirmou que soube de João de Deus e se juntou ao grupo que veio até Abadiânia.
De avião até Sidney (cidade mais populosa do país, cuja capital é Camberra), uma hora. Depois, uma conexão européia e mais 11 horas de voo até São Paulo. São Paulo, Brasília, Goiânia e Abadiânia.
Perguntei sobre sua impressão ao conhecer um país contrastante em todos os sentidos. Respondeu que notou essas diferenças onde seu grupo esteve, mas que havia gostado do Brasil por sua receptividade com os estrangeiros, apesar de todas as deficiências estruturais.

A cirurgia
Às 14h estava de volta ao salão para o grande momento: a cirurgia espiritual.
Uma mulher, acompanhada do marido, sentada duas fileiras à minha frente, começa a chorar compulsivamente e tem que ser amparada pelos voluntários. Foi levada direto para a sala.
Nesta palestra, uma rápida citação do dia em que João de Deus conheceu Chico Xavier em Uberaba (MG) , e transmitiu-lhe uma mensagem de seu guia espiritual indicando Abadiânia para ser a sede da Casa de Dom Inácio.

Terra de cristal
Abadiânia está assentada sobre um gigantesco cristal. Daí a explicação para tamanha energia concentrada no local.
Faz lembrar o trabalho de um fotógrafo japonês (Masaru Emoto) que obteve imagens contundentes ao congelar água que descansou uma noite sobre palavras como amor, ódio, felicidade, raiva etc.
Ao estudar cristais de gelo com as palavras positivas, encontrou estruturas homogêneas e harmônicas. Ao passo que nos cristais de gelo com os sentimentos negativos, notou formações contrárias às primeiras.
Ou seja: nossas palavras e pensamentos, antes de qualquer atitude, são pura energia. Por isso devemos canalizá-la para o bem. Sempre.
Canalizar bons pensamentos em um lugar como a Casa de Dom Inácio é fundamental para merecermos a cura espiritual.

Chamada
A primeira chamada no altar é nítida: entram aqueles que estão com cirurgia espiritual marcada por João. Era meu caso.
Entro lentamente em fila até a sala de passe, onde estive na manhã anterior. Sou orientado a sentar no primeiro lugar disponível. O lugar fica lotado. Trata-se de uma cirurgia espiritual coletiva.
Pedidos de concentração com olhos fechados e oração são repetidos até a chegada de João de Deus. Antes do início da cirurgia coletiva, um voluntário pergunta se alguém tem interesse em realizar a cirurgia visível, com corte. Nenhuma manifestação.

Celular
Início da cirurgia. Concentro-me ao máximo, focando em minha cura. Mais nada.
Fala-se em português e inglês. De repente, um celular toca.
Inacreditável! Quem fez isso?
Mais um minuto se passa. Quando nossa concentração retoma os níveis esperados, o telefone toca novamente.
Não é possível! É o mesmo que estar numa sala de audiência do fórum, depondo na frente do juiz e o telefone tocar.
Vi isso acontecer quando estagiava em Direito na justiça trabalhista.
O juiz perguntou ao cidadão se queria que ele desligasse o aparelho arremessando-o pela janela. É muita falta de respeito.
Pouco antes do final da cirurgia, perguntam novamente se alguém quer fazer cirurgia visível. Ninguém.
Saímos e recebemos instruções sobre o retorno entre oito e 60 dias, as recomendações sobre passiflora, alimentação, além da abstinência sexual.
Naquela mesma tarde rumamos para Goiânia, onde pernoitamos no Ibis Hotel.

Sexta 23/04
Tomamos café da manhã e viajamos a Araraquara. Devo retornar nos próximos dias a Abadiânia.

Concluindo
As pessoas não podem se lembrar dos médicos e da espiritualidade apenas no momento em que a enfermidade manifestar.
Muitas vezes o sinal que as coisas não estão bem podem ser tardios.
Devemos, portanto, estar minimamente equilibrados física, mental e espiritualmente para que nossa fugaz passagem terrena seja bem aproveitada e sirva para nossa evolução espiritual, independente da religião.
A união da ciência, conhecimento, amor à profissão do oncologista, radiocirugião, neurocirurgião que me operou duas vezes, da força da graviola e da espiritualidade  existentes em cada um de nós pode levar àquilo que alguns chamam de milagre.
O milagre está dentro de cada um de nós.

Para saber mais:
http://www.joaodedeus.com.br/abadiania.htm
http://voluntarioseamigos.org/indexbr.html
Miriam e Claudio Pruja (62) 3343 2089