domingo, 23 de agosto de 2009

Contratempos

Desde minha cirurgia dia 06 de Julho e após minha alta médica, alguns contratempos surgiram no caminho e esses atrasos amontoaram todas as pendências em cima do prazo final do afastamento de 60 dias). O que deixou minha mãe e eu extremamente aborrecidos foi a demora, pouco caso, a acomodação e desmazelo da médica oncologista que deveria ter ciência que o paciente oncológico quer objetividade e agilidade na condução de um caso clínico. Senão vejamos:
21 de Julho (terça) - primeira consulta com a oncologista , que também indicou consulta com um radioterapeuta para análise de possível reirradiação;
27 de Julho (segunda) - exame de sangue a pedido da oncologista e consulta com o radioterapeuta, que solicitou relatório da carga irradiada em 2002 (pedido feito no Hospital);
28 de Julho (terça) - retorno na oncologista, que analisou exame de sangue, pediu uma ressonância magnética e marcou retorno para depois do radioterapeuta;
30 de Julho (quinta) - após peleja do Centro de Ressonância com o convênio, que se negava a autorizar o exame em menos de 30 dias após a cirurgia, realizou-se a RM;
31 de Julho (sexta) - depois de uma semana cobrando, o hospital disponibilizava a cópia do relatório de radioterapia de 2002;
03 de Agosto (segunda) - retorno ao radioterapeuta, que analisou o relatório, viu a RM (achando o pedido da oncologista muito recente) e contra-indicou a reirradiação devido a carga de 2002, sugerindo que se discutisse com a médica e o neuro cirurgião a alternativa da braquiterapia;
04 de agosto (terça) - ao analisar a nova RM e o relatório de 2002, a oncologista ficou de discutir a braquiterapia com o radioterapeuta e dar retorno (o que não ocorreu). Ela decidiu-se pela quimioterapia oral, prescrevendo Temodal por seis meses com ciclos de cinco e intervalos de 21 dias, com exames de sangue e consultas intercalados;
06 de agosto (quinta) - a clínica enviou por fax o pedido de Temodal ao convênio;
10 de agosto (segunda) - primeira negativa do convênio quanto ao Temodal, propondo subsidiar até 50% do tratamento e solicitando um relatório detalhado da oncologista para análise da auditoria e possível autorização; minha mãe e eu começamos a buscar alternativas;
12 de agosto (quarta) - fiz a carteira do SUS na UBS Cambuci e fomos nos informar no SUS do Glicério sobre o Temodal. Não é fornecido nesta unidade e com algumas indicações como Hospital das Clínicas, Hospital do Câncer, IBCC, Pérola Byington, Hospital São Paulo, continuamos as buscas;
13 de Agosto (quinta) - envio do relatório da clínica para o convênio, que tinha 72 horas para se posicionar; conseguimos contato com a esposa de um paciente da clínica, que passou por duas craniotomias e também brigava para conseguir Temodal do SUS; ela indicou o Hospital Maria Zélia no Belenzinho para buscar um formulário e devolver preenchido pela oncologista junto com um relatório e receita médica;
14 de Agosto (sexta) - no Hospital Maria Zélia fomos informados que o prazo de resposta da Secretaria da Saúde era de 30 a 40 dias após protocolo do pedido;
17 de Agosto (segunda) - o formulário foi deixado para a oncologista preencher o quanto antes possível;
21 de agosto (sexta) - após uma semana ligando e brigando, o formulário, a receita e o relatório foram feitos pela oncologista; a indicação de um médico oncologista especialista em glioblastoma multiforme nos fez decidir por marcar consulta para o dia 26 (quarta). Resolvemos ouvir uma segunda opinião na quarta (dia 26 de Agosto) pela má impressão deixada pela oncologista. Desta vez o relatório, a receita e o formulário estavam devidamente preenchidos por ela, mas é difícil acreditar que uma profissional que age desta maneira, deixando papéis por preencher e enviar uma semana inteira seja digna de confiança. A indicação deste médico veio após contato com uma ouvinte de Araraquara que havia ligado no jornal e queria falar comigo sobre o glioblastoma. Ela foi de fundamental importância, pois seu cunhado vive uma situação semelhante e conseguiu na justiça o Temodal. Pesquisei sobre este médico e encontrei boas referências dele.
Aproveito também para agradecer a força que todos têm dado à mim nessa luta. Tenho pesquisado bastante na internet sobre o tema e descobri no orkut uma comunidade dedicada ao Glioblastoma multiforme. Ajuda bastante ler o relato de vários casos, cada um com andamentos ou desfechos diferentes. Quero voltar logo ao radiojornalismo. Mas tenho uma missão a cumprir antes disso. A perícia atrasada e o fim do afastamento me preocupam. Tudo começou a clarear em cima da hora. Acho que esta semana a situação se resolve e começo meu tratamento.
Tomara!

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