sábado, 26 de junho de 2010

Precisão cirúrgica

Sábado, 26 de junho, 7h20, minutos antes de entrar com o 'Boletim das 8' na Morada um chamado ao 190 avisa sobre um caixa eletrônico arrombado do Banco Real na Avenida Duque de Caxias, centro de Araraquara(SP).
Fui ao local e fiz fotos.
Nem um cirurgião teria tamanha precisão para isso:
Quanto em dinheiro cada máquina dessas acomoda?
Como tiveram tamanha tranquilidade em permanecer noite adentro no autoatendimento?
Tiveram a capacidade de arrastar os móveis com envelopes de depósito e cobri-los com plástico preto, para dar impressão que ocorria uma reforma por lá.
Utilizaram alguma ferramenta além do maçarico para acessarem essa área?
Normalmente há um travamento automático da porta entre 22 e 6h.
Teriam instalado, um pouco antes das 22, algum objeto que impedisse o travamento?
Como não há vigia no local, o monitoramento do alarme nada acusou?
É tudo muito estranho.
Passei algumas imagens para um jornal da cidade.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Abadiânia, revisão

Cheguei agora há pouco de São Paulo (início da noite).
Amanhã cedo (16) viajo para Abadiânia (GO) para a revisão da cirurgia espiritual, uma espécie de 'retorno' médico, porém um pouco diferente.
Fui procurado semana passada por um carioca que, nas suas buscas na internet, chegou ao telefone do jornal. Até mim, em consequência do contato.
Perguntava-me sobre quimioterapia para sua filha de 30 anos, portadora do mesmo glioblastoma multiforme IV que o meu, porém recidivado em 2009, após cirurgia em 2007.
Contou-me que somente o Temodal não surtiu efeito e que iniciariam uma nova etapa com aplicações de Avastin e CPT 11.
Mas ele estava com dúvidas sobre o tratamento.
Expliquei sobre os períodos de descanso e a dedicação para conseguir os medicamentos -a maioria via judicial-, infelizmente.
Citei o que passei até chegar ao final do tratamento, encorajando-o inclusive a consultá-la com o oncologista que cuidou de mim.
Demonstrou especial interesse em viajar até São Paulo para nova avaliação médica.
Passei todas informações, número de telefone inclusive.
Penso da seguinte maneira: todas possibilidades a que tive acesso foram utilizadas: quimio oral (Temodal), injetável (Avastin) e radiocirurgia estereotáxica.
Fico abismado em perceber a hesitação de alguns médicos em adotar apenas o protocolo, abrindo mão de outros caminhos para debelar o GBM.
Minha mãe ouviu, dia desses -na CBN-, a entrevista de um oncologista que esteve no congresso anual de oncologia, em que foram apresentados estudos de diversos ramos de tratamento de câncer.
Coincidiu com o que ouvi hoje de meu oncologista (que também participou do evento em Chicago): a maioria dos estudos era sobre câncer de pulmão, com dados negativos em suas conclusões iniciais. Uma pena.
O que me conforta é saber que houve alguns avanços no tratamento de tumores cerebrais, como a ideia de se estudar o DNA do GBM. E quem sabe, abrir caminhos para sua cura no futuro.
Acima de tudo, minha ressonância com espectro e perfusão de 9 de junho, na comparação com abril e março, não mostra mudanças significativas.
"Apenas uma pequena massa residual de baixo risco, não captada no contraste das imagens", disse o oncologista.
Na segunda (14), o neurocirurgião analisou as imagens e não detectou alterações, permanecendo apenas os picos de colina, mas sem capilarização ou neoangiongenese (formação de novas células tumorais). Ótimo.
Ao final da consulta de hoje, comentei com o oncologista sobre minha viagem a Abadiânia nesta quarta (16).
Expliquei-lhe o motivo da viagem e ele resumiu: o que importa é atingirmos o objetivo esperado, sem nos atermos muito àquilo que nos carregou ao resultado positivo.
Para mim, foi uma conjunção de fatores: bons médicos (amam o que fazem, atualizam-se sempre), medicamentos de ponta (que a população em geral deveria ter acesso, sem recorrer à justiça e ainda ouvir uma negativa) e a sintonia com algo muito maior, que provém de nós mesmos.
Vai ser corrido. Mas vai valer a pena.
Magdalena, não tenho palavras para agradecer.
Posso retribuir com muita dedicação ao jornalismo crítico e minha orientação para quem quer que necessite dela.
Abadiânia me atrai não sei por quê.
Até a volta.

domingo, 13 de junho de 2010

Gam...(biarra)


Sexta-feira (11/6), Unidade Básica de Saúde do Cambuci, São Paulo (SP):
Minutos antes de descobrir que reforço de dose de vacina adulto não se antecipa um só dia (venceu sábado, 12), estava de olho nas instalações do posto de saúde municipal do bairro onde nasci e cresci.
Cliquei.
Gambiarra ou não?

Por que fazer bem feito uma só vez se o serviço público pode fazer porcamente dez vezes?
E num lugar que se trata a saúde humana, em meio às crianças que também aguardavam o momento da vacinação, o que é pior...
Mandei um email ao Diário de SPaulo sobre o assunto.
Na visão de editorialista de um jornal popular, escrafuncharia as condições de instalação de algumas UBS da capital numa grande reportagem, digna de capa.
Quem sou eu, um jornalista que atua no interior paulista...

Erundina 88

Estava no segundo ano do colegial (atual ensino médio) e não havia voto facultativo para menores de 18 anos, urna eletrônica, muito menos o segundo turno.
Lembro-me que a então petista Luiza Erundina (hoje deputada federal no PSB-SP) foi a zebra das eleições municipais daquele ano em Sampa.
As pesquisas de intenção de voto apontavam como favorito Paulo Maluf (ex-PDS, hoje deputado federal pelo PP-SP), seguido de João Leiva (PMDB, falecido em 2000 aos 65 anos) e o tucano José Serra no recém-criado PSDB, uma dissidência do PMDB de Fernando Henrique e Ulisses Guimarães.
De repente a surpresa: Luiza Erundina, em quarto lugar nessas pesquisas duvidosas, deixou seus oponentes comendo poeira e foi eleita prefeita da capital paulista.
Os institutos de pesquisa não souberam (até hoje) explicar o que houve.
Os anos passam e parece que a história quer se repetir. Temos empatados Serra e Dilma (PT) em todos levantamentos feitos até agora.
Lá atrás figura Marina Silva (PV), no espelho retrovisor dos oponentes.
A única mudança é que temos voto eletrônico, facultativo e dois turnos, que nos dá trabalho em dobro.
Para mim, que justifico o voto, tanto o faz.
Vença quem vencer, que tenha vergonha na cara e leve as coisas mais a sério.
Tanto no Executivo como Legislativo.

Rápidas & Ácidas

- Reafirmo minha posição em justificar o voto nas eleições. Não tenho simpatia alguma  por candidato A,B,C; tampouco partido X,Y,Z.
Mas hoje (13/06), ao abrir a Folha de SPaulo, a foto de José Serra (PSDB) surge rasgada como o principal destaque.
O fotojornalismo se pauta em captar momentos inadiáveis, mas com tantas imagens de um único evento, não haveria outra senão esta ?

A imprensa brasileira precisa deixar a hipocrisia de lado e assumir posições:"Somos a favor deste ou daquele; disso ou daquilo", ao invés de autointitularem-se imparciais ou em nome de uma suposta isenção.
Não existe isso. Não voto em mais ninguém, cansado de decepções recorrentes. Isto me dá a liberdade de mirar minhas críticas a quem quer que seja. Da situação ou não.
Quando o voto for facultativo e distrital, quem sabe...
Acredito em meu trabalho. E só.
Do jeito que está, não dá.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pôster da Copa

Transcrevo abaixo o email enviado ao Painel do Leitor da Folha de SPaulo agora (12h44), sobre um pôster encartado na edição de hoje do jornal:

Pôster da Copa
O Brasil sequer entrou em campo e a Folha, junto aos patrocinadores, imprimem e distribuem o 'pôster' da seleção.
Caricaturas horrorosas de um time sem expressão, comandado por técnico idem.
Brincadeira de mau gosto. Só pode ser.
Tomara que esteja errado, mas não sinto o clima de outras Copas nesta que inicia hoje.
Tudo desestimula acompanhar com mais interesse o que acontece na África do Sul.
O pôster servirá para espantar barata, como dizem os mais antigos.
Lamentável que se queira vender gato por lebre.
A Folha entrou nessa, infelizmente.

Duvido que o publiquem nesta sexta (11), mesmo editado em suas palavras.
Afinal, vai contra os interesses da própria Folha, Itaú, CVC e Extra, que bancaram sua impressão.

Copa

Está muito frio em são Paulo. Algo em torno dos 15oC.
Ouvindo a BandNews FM (96,9 MHz), descobri que é hoje a abertura da Copa do Mundo. Sério? Achei que começava terça (15). Juro.
Copa do Mundo brochante por sinal.
Não percebi animação nenhuma por onde andei. Apenas tímidas bandeiras em algumas lojas e residências.
Pinturas no asfalto? Nenhuma até o momento. Lojas de tinta e de fogos, preparem-se para o pior.
Até mesmo os taxistas com quem conversei aqui -um bom termômetro sobre assuntos como este-, estão cautelosos.
Arriscam até dizer que é melhor perder todas partidas da primeira fase e voltar.
"Prejuízo na certa para nós", disse ontem um taxista que me levou a um hospital na Avenida Paulista, onde fiz minha ressonância magnética bimestral de controle tumoral.
Ele afirmou que seu desânimo se dá por conta do técnico (Mulunga) e seus convocados. Até aí, cada brasileiro se julga um técnico.
Com opinião semelhante, outro taxista afirmou que parar de trabalhar para assistir a um jogo de futebol não se justifica. "Já temos tantos feriados para bandeira 2", completou a conversa.
Do meu modesto canto, a observação crítica se dirige não ao país-sede (África do Sul), que já provou ter a mesma desorganização (e corrupção) que os irmãozinhos do outro lado do Atlântico, que abrigarão a próxima Copa.
Mas sim ao jogo de interesses em que os patrocinadores e os 'cartolas' quem convocam jogadores através de uma boca de aluguel chamada técnico.
Nem com Viagra.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Fim do tratamento, vida normal e recomendação

Digitei em algumas linhas um tópico, postado na comunidade Glioblastoma Multiforme do Orkut.
Para quem não faz parte do Orkut, eis a íntegra:

22h09
Fim do tratamento, vida normal e recomendação

Caros,

depois de tudo o que vivi, passando por um Astocitoma anaplásico III (2002) e um GBM IV em 2009 - com duas craniotomias-, quero deixar algumas palavras de incentivo aos que lutam contra esse mal.
Apesar de todas dificuldades que passei, creio que venci até o momento. As ressonâncias com espectro e perfusão que fiz em março e abril não acusavam indícios de GBM no local da ressecção (duas lesões). As duas cirurgias, a quimio - com Avastin e Temodal-, além da radiocirugia estereotáxica, foram aplicadas por médicos que amam aquilo o que fazem e se atualizam sempre. Foram peças-chave na história, que contou com o apoio irrestrito da família, colegas do jornal e da população-ouvinte do jornal em que atuo, com suas correntes de oração.
Aliás, a fé foi primordial. Entro com certa cautela nesse campo, pois respeito o credo de cada um de vocês e não é minha intenção doutrinar as pessoas ou conduzi-las para este ou aquele caminho.
Esta parte final de meu depoimento se reserva à cirurgia espiritual que realizei em Abadiânia (GO), já livre da quimio que findou em março -entre uma ressonância e outra-, limpo portanto. E quatro dias antes do segundo exame para comparação com o primeiro.
Em meu blog postei algo sobre essa passagem de minha vida.
Quem o acompanhou desde a descoberta da recidiva em junho/09 até hoje, vai entender o que escrevi.
O dia em que ciência, medicina e fé caminharem de mãos dadas, muitos aspectos da nossa saúde física mudarão para melhor.
Desculpem-me pelo tom preletório do tópico, mas foi a maneira que encontrei de incentivá-los a caminhar de cabeça erguida. Mesmo diante da dificuldade. Sempre.
Fiz nova ressonância hoje. Levo ao onco e neuro semana que vem.

Meu blog é http://alvarotaniguti.blogspot.com/
Se considerarem meu depoimento inadequado para a comunidade, não me chatearei se for deletado.
Algo dentro de mim disparou um alarme que deveria fazê-lo.
Abraço fraterno,
Álvaro Taniguti.

Retornei ao trabalho dia primeiro de junho, 11 meses após a missão.
Valeu Magdalena, pessoal do jornal, das rádios Morada e Cultura, Araraquara (SP), ouvintes da região, leitores deste blog, Ana Paula (ex-Anglo Latino), Adriana de Araraquara (pela indicação do oncologista), Doutores Shibata, Sebastião, Carlos Alexandre e CPO!
Agradeço à todos por cada instante compatilhado.
Obrigado mãe, pai (onde quer que esteja, zelando por todos nós aqui embaixo), Rosi e Fernando, por me ouvir e questionar (paciência e compreensão).
E à Deus, principalmente.
Tenho muitas tarefas a cumprir ainda.
Voluntariado é uma delas. Vou descobrir onde precisam da minha ajuda.
Nada ocorre em vão.