domingo, 28 de fevereiro de 2010

Timing e pesadelo

Uma das manchetes da Folha de SPaulo deste domingo (28/2):
Dilma cresce e já encosta em Serra
Datafolha dos dias 24 e 25 de fevereiro com 2623 pessoas em todo o país revela:
Serra(PSDB) 32%; Dilma(PT) 28%; Ciro (PSB)12%; Marina(PV) 8%;
-Já havia comentado aqui sobre a indecisão dos tucanos em apresentar seu candidato à Presidência (Serra ou Aécio).
- O timing (oportunidade, sensibilidade, sincronismo) de Serra, passou. Custará caro novamente ao PSDB. Foi assim em 2002 e em 2006 (Alckmin). É marca registrada do partido: ficar em cima do muro e tomar decisões tardias, igual ao filme Titanic, onde um dos botes salva-vidas titubeia em se aproximar dos náufragos e mais tarde muda da ideia para resgatá-los. Too late (tarde demais).
- O tucanato e os demos preferiram ficar na grita de campanha eleitoral antecipada e também tiveram que engolir um enorme 'não' do Tribunal Superior Eleitoral.
- Um dos fatores que pode ter impulsionado a subida de Dilma foi a repercussão negativa dos democratas  envolvidos no escândalo do mensalão em Brasília e a prisão do governador José Roberto Arruda. O DEM é o antigo PFL, aliado de longos tempos do PSDB.
- Em São Paulo, especificamente, as enchentes e a inércia de Serra governador e Kassab prefeito [lembre-se que Serra foi eleito prefeito da capital com Kassab vice, enquanto Alckmin estava no Palácio dos Bandeirantes em 2005] para tomar decisões imediatas diante das tragédias também podem ter contribuído com o arranhão da imagem apontada nos números.
- Enquanto democratas e tucanos esquentam a moringa, Ciro ainda guarda na manga suas cartas e negocia posições junto a Lula.
- Marina Silva (PV), discretamente, marca sua presença pelos estados e pode ser uma grande surpresa. À la Heloísa Helena (PSOL), quem sabe...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Publicidade nota 10, Estado reprovado

Manchete de capa da Folha de S.Paulo deste 27 de fevereiro:
Em SP, aluno da rede pública sai três anos defasado
O desempenho dos alunos das escolas estaduais de São Paulo melhorou sutilmente no último ano, mas continua com grandes defasagens. O do 3º ano do ensino médio, por exemplo, não chega nem ao esperado para a 8ª série.

As informações, divulgadas ontem pela gestão José Serra (PSDB), estão presentes na análise do Saresp, prova de português e matemática aplicada pelo governo estadual.
 
Da Folha On line, dia anterior:
Escolas de SP não se adaptam para receber alunos de 6 anos

Sentada em uma carteira de adulto, Isabela, 6, não consegue colocar o pé no chão. Suas sandalinhas balançam dois palmos acima do solo. Esse é apenas um dos problemas enfrentados pelos alunos de seis anos que, a partir deste ano, passam a ingressar no ensino fundamental [...] Colegas de sala de Isabela também enfrentam dificuldades e precisam sentar com a mochila nas costas, para ficarem próximos à mesa. Outros estão em pé, para alcançar lápis e papel. "Elas são pequenas para ficar cinco horas aqui. Estão sempre inquietas, incomodadas. Depois do lanche, coçam o olho de sono. Umas dormem apoiadas na mesa", observa Maria, professora da turma.
O secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, admitiu que a situação da rede não é "satisfatória", mas afirmou ser "fundamental reconhecer que os indicadores melhoraram".


Interpretação de "indicadores melhoraram" pode ser que este ano (ainda) não foram distribuidas cartilhas com palavrões e dois Paraguais?
Esse é o ensino de qualidade que aparece na propaganda de um minuto que o governo estadual despeja aos quatro cantos nas rádios, tvs e jornais?
Dois professores em sala de aula? O comercial dá a entender que a medida foi implantada nas escolas dos 645 municípios paulistas, mas o que se sabe, vindo de alguns professores, que é um experimento testado em algumas escolas.

Refaço a pergunta: é esse o ensino de qualidade que seus filhos receberam nestes últimos anos para justificar tubos de dinheiro gastos em publicidade só para dizer que 'São Paulo é um estado cada vez melhor'?

Compare
Apenas para reforçar o ditado popular que 'propaganda é a alma do negócio':
Assista este comercial veiculado na Bahia, o 'Acelera Bahia':
http://www.youtube.com/watch?v=jwsyUPuTrK4
Depois assista este video caseiro sobre o metrô de Salvador, construído há nove anos, mas nunca fica pronto:

http://www.youtube.com/watch?v=c0VmIru98Js
Depois este:
http://www.youtube.com/watch?v=5BOHcuWLfFE
Veja também esta montagem de algum internauta, em cima da propaganda oficial:
http://www.youtube.com/watch?v=7P2_KEYUrw8
Aqui em São Paulo, quem não conhece compra:
Educação
http://www.youtube.com/watch?v=KgrHk_z19cY
Habitação
http://www.youtube.com/watch?v=gM3S91lUkNY
Rodoanel (só não explicam que os trechos oeste e sul terão quatro pedágios cada, com preços entre R$4,50 e R$6,00 cada praça)
http://www.youtube.com/watch?v=BE3IwjfBTzo
Rodovias (as dez melhores estradas do país ficam em São Paulo. E são as mais caras do planeta)
http://www.youtube.com/watch?v=znVsIvFw3Rs&feature=PlayList&p=EF7B5954C2E8EAA4&playnext=1&playnext_from=PL&index=7
Metrô e CPTM (O filme não mostra a superlotação nas plataformas de embarque e a falta de invesimentos , como a renovação dos trens da linha azul, que ainda rodam com os mesmos carros da inauguração, em 1974)
http://www.youtube.com/watch?v=dmGl_Lrkp2c&feature=PlayList&p=EF7B5954C2E8EAA4&index=7
Saúde (alguém que foi atendido em unidades de saúde do Estado recebeu este tratamento do filme?)
http://www.youtube.com/watch?v=C2SlNS1H9oE
Segurança (perceba que não há comerciais sobre as polícias desde Alckmin governador (2001-2006), pois a greve da Polícia Civil terminou em confronto com a PM em frente ao Palácio dos Bandeirantes, no final de 2008, sob a gestão de José Serra. O último comercial visto na tv mostrava Alckmin em uma viatura parabenizando, via rádio, policiais por uma operação bem sucedida na capital. Polícias paulistas não recebem aumento efetivo em seus salários desde 1994)
http://www.youtube.com/watch?v=70if5oVMvVA
Também este
http://www.youtube.com/watch?v=1d-mCiEb4gM
Mesmo assim, sorria.
Bom final de semana.
Mal, muito mal...

RêPêMê

Ouvir RPM, Olhar 43, no capítulo de Viver a Vida desta sexta-feira (26/02) foi viajar instantaneamente, por alguns segundos [30, no máximo], aos anos 80.
Tempos de Titãs, Barão, Pet Shop Boys, Bliss, Roupa Nova, Kate Bush, Léo Jaime, Legião Urbana, Metrô, Grafite, The Romantics, The Temptations, The Manhattans, Carly Simon, Paralamas, Patrícia Marx etc.
Era tempo que FM ganhava espaço. Tocava música. Não esses Rebolations, axés, 'sertanojos universotários', Jotaquests e Nxzeros à esquerda da vida.
Época que FM trabalhava com fita de rolo, disco de vinil, cartucho, cartucheira.
A coisa descambou para o nível de meretrício boliviano.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Educação 'cada vez melhor'


Sem carteira, aluno senta no chão em escola de SP

Prédio novo também continha sobras de material de construção e goteiras

No primeiro dia de aula, escola reduziu tempo de permanência dos estudantes -foram apenas duas horas para cada turma

Parte dos alunos da Escola Estadual Presidente Café Filho, no Campo Limpo (zona sul), voltaram ontem às aulas em um prédio novo, mas sem itens básicos para estudar. No primeiro dia de aula, eles tiveram de sentar no chão - em cima de pedaços de papelões-, pois ainda não havia carteiras.
A Secretaria de Estado da Educação afirma que as cadeiras, mesas e armários serão entregues às 6h de hoje na escola estadual Presidente Café Filho. Questionada, a pasta disse que o atraso da entrega foi por causa das chuvas que atingem São Paulo.
 
A culpa é da chuva, não do governo, relapso e displicente, que nada planeja. Só a propaganda do 'cada vez melhor'.
E as cartilhas com erros grosseiros e palavrões em 2009?
 






As bering(j)elas da discórdia

Postei uma receita de lasanha de beringela em 2009.
Longe de querer ser o professor Pasquale Cipro Neto [faz lembrar o 'Novíssima Gramática' de Domingos Paschoal Cegalla] e antes que perguntem [de novo]: beringela é com g ou j?
Há controvérsias.
Quem mandou nascer no Brasil, que tem beringela e berinjela?
Vi uma reportagem na Record News sobre as propriedades da beringela.
No início da matéria ficou esclarecido que beringela é com g no Brasil e com j em Portugal.
Não esqueço nunca mais.
Para tanto,o dicionário Houaiss define:
beringela
■ substantivo feminino

Rubrica: angiospermas.
1 planta (Solanum melongena) da fam. das solanáceas, de flores violáceas e grandes bagas roxas, quase pretas; beringela-roxa, negiló, peito-de-moça [Originária da Índia, é esp. cultivada por seus frutos, ricos em iodo e muito us. na alimentação humana, e que diferem no tamanho, forma e cor, segundo as inúmeras variedades.]
2 m.q. fruta-de-lobo (Solanum lycocarpum)
3 m.q. jurubeba-do-pará (Solanum mammosum)
4 o fruto dessas plantas
Obs.: f. geral não pref.: berinjela


Prestaram atenção na observação?
O Caldas Aulete traz:
berinjela, beringela
(be.rin. ge.la, be.rin.je.la) Bot.

sf.
1. Bot. Planta da fam. das solanáceas (Solanum melogena), nativa da Índia, cujo fruto, arroxeado e de forma alongada, é muito us. na alimentação humana.
2. Esse fruto.
[F.: Do persa bádndján, pelo ár. bádindjána e esp. berenjena.]


Já o Michaelis é categórico:
be.rin.je.la
sf (do persa, via ár bâdinjâna) Bot 1 Planta solanácea, também chamada brinjela (Solanum melongena). 2 Fruto dessa planta, de forma oval e alongada, cor roxa, comestível depois de cozido. B.-branca: planta solanácea, que dá fruto do tamanho de um ovo de galinha (Solanum ovigerum).
Entre uma e outra, fico com a lasanha dela.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Meu avô, baleado...

Lembro-me até hoje. A imagem não sai da memória. Jamais.
1986. Era sábado de carnaval.
Meus avós costumavam sair nas primeiras horas da manhã para pescar.
Enquanto ajeitavam as tralhas de pesca no carro, foram rendidos por dois assaltantes.
Um deles, armado com um revólver, não contava com a reação de meu avô, que deve ter pensado -naquele instante-, em quem ainda dormia naquele momento: meus pais, meu irmão e eu.
Reagiu diante da vontade dos ladrões quererem entrar em casa. Um disparo e a fuga deles, sem nada levar.
Acordei com minha avó (hoje com 91 anos) entrando em casa aos berros de "ladrão, ladrão!"
Enquanto meu pai se apressava em ligar 190, corremos até à varanda.
Do alto, a cena: meu avô, caído na calçada, ao lado do carro aberto, ensanguentado. Os vizinhos saindo para verificar o que havia ocorrido.
O que pensei na hora?
Em pena de morte para quem fez aquilo.
A PM chegou cerca de dois minutos após em três Opalas Diplomata branco e cinza claro.
Meu avô, mesmo baleado, insistia para que fosse levado para dentro de casa, para ser tratado do ferimento.
Só mesmo a calma dele para sugerir isso. Foi colocado  no carro e levado às pressas ao Hospital Modelo, o mais próximo.
Submetido à cirurgia, perdeu um dos rins e o baço.
Tempos depois o assaltante que atirou, -e conhecia meu pai de vista-, veio pedir desculpas pelo ocorrido naquela manhã.
Alegou que não iria tentar o roubo quando passava e viu meus avós carregando o carro, mas o comparsa que estava com ele decidiu pelo assalto.
Bonzinho esse assaltante!
Meu pai disse que estava tudo bem. Ele foi embora.
O assaltante, conhecido nas redondezas por Washington,  sempre desfilava com uma moto diferente, novinha.
Não passou um ano e meu pai soube que Washington morreu numa troca de tiros em acerto de contas no Jardim Ângela.

2004, a mesma situação
Em 2004 uma dupla armada pulou o portão da garagem com o mesmo intuito e tentou obrigar meu pai a levá-los para dentro de casa. Foi agredido a coronhadas.
Os ladrões fugiram sem nada e meu pai entrou em casa sangrando muito na cabeça. Minha mãe o socorreu.

Comigo, duas vezes
Era 1982. Estava no apartamento de um colega de escola fazendo um trabalho.
Precisamos sair para comprar papel almaço.
A papelaria ficava a 300 metros. No caminho, cerca de dez trombadinhas me cercaram. Fui jogado ao chão e roubaram meu par de tênis.
Ainda tentei segurar um deles, que estava com um dos pés, mas fui agredido com o calçado até soltá-lo, veja só.
Meu amigo conseguiu entrar em uma loja segundos antes.
Voltei com um par de chinelos emprestado pelo pai do meu colega, que me levou para casa e explicou à minha mãe o que houve.
Tive ainda que ouvir bronca de meu pai por ter deixado me roubarem. (Risos)
A segunda vez fui atacado por seis trombadinhas ao descer do ônibus, vindo da escola, já perto de casa.
Armados com pedaços de madeira, levaram o troco da passagem.
O dono de uma quitanda assistiu tudo e levou um dos meninos até a porta de casa, perguntando o que havia ocorrido.
Com medo de represália, respondi negativamente.
Meu pai me deu outra bronca ao saber da história (risos), mas resolveu agir a seu modo.
Durante mais de uma semana ele me buscava na porta do colégio e rondávamos de carro as ruas próximas onde fui roubado.
Pediu que, assim que identificasse qualquer um dos integantes do bando, apontasse para ele.
Confirmei, sem sombra de dúvida, em duas ocasiões.
Na primeira meu pai parou o carro no meio da praça ao lado da Escola Caetano de Campos, aproximou-se de um garoto que andava pela praça e chamou-o.
Ao virar, levou um soco certeiro na boca. Meu pai voltou para o carro tranquilamente, fechou a porta, deu partida e falou:
- "Um já aprendeu."
O golpe foi forte suficiente, pois ainda pude vê-lo se agachar e cuspir sangue e alguns dentes.
Dois dias depois, mais do mesmo: outro com a boca arrebentada.
Meu pai ainda não havia dado por satisfeito. Conversou com o dono da quitanda, que indicou -sob condição de sigilo-, onde morava o líder da gangue.
Fomos recebidos pelo irmão mais velho de 'Marcinho' [o primeiro nocauteado], que prometeu conversar com a mãe e tomar providências.
Meu pai deixou o endereço para que ela nos procurasse. Mesmo sendo na rua de cima, nunca apareceu aqui.
Os filhos eram uma grande porcaria mesmo.
Cheguei a cruzar 'Marcinho' na rua, mas ele sempre abaixava a cabeça ou atravessava para a outra calçada ao me ver.
Quase dez anos depois soube que 'Marcinho' foi despachado para o quinto em tiroteio com a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
Entenderam por que defendo a pena de morte.
Para dar o exemplo, os estreantes da pena capital devem ser os criminosos de 'colarinho branco': políticos corruptos, banqueiros que fogem do país e deixam milhares no prejuízo, traficantes e usuários e droga, estupradores, ladrões e estelionatários de qualquer tipo. Com transmissão ao vivo pela tv.
E para agradar os descontentes: ongs de direitos humanos e cientistas sociais que vivem do dinheiro público encastelados em núcleos de estudos da violência das universidades públicas: vão para a Indonésia e provem que os brasileiros presos por tráfico de cocaína não são escória e não merecem estar no corredor da morte.
Destino de ladrão e gente safada é esse.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Feliz Ano Novo!

Depois da primeira 'Semana da Pátria', Feliz Ano Novo!
Até isso conseguimos: começarmos 2010 depois dos chineses...
Mas não vá se animando, pois daqui a pouco tem outra semana da pátria: Copa do Mundo!
Época em que ficamos mais patriotas ainda, cantamos o Hino Nacional com orgulho (todo errado), achamos maravilhoso o Dunga dizer que "no pé a gente é bom, mas na África a mão vai fazer a diferença".
A 'diferença' é:
1. os políticos nos dão pé na bunda diariamente;
2. a mão (deles) fazem 'top-top' aos 190 milhões de patriotas. Reclamamos, não reagimos e atiramos no pé (re)elegendo-os.
Mas somos brasileiros e seremos hexa, isso é o que importa.
Depois, a terceira semana da pátria: eleições!
Não arrisco mais nada: tudo é perfeito na propaganda eleitoreira, temos certeza que o cheque assinado em branco estará em boas mãos e cada um ganhará um panetone no Natal.
E assim vai, até o próximo reinado de Momo, com novos comandantes deste belíssimo cruzeiro, que zarpa antes do horário de partida, deixando para trás os 190 milhões de patriotas, eleitores, foliões, brasileiros, brahmeiros, seja lá o que for.
Feliz 2010!

Holofote no jegue

Passado o burburinho dessas semanas da moda, algumas questões sempre ficam no ar.
Nunca enxerguei normalidade na magreza esquelética das modelos que desfilam as coleções bizarras nas passarelas, sob o olhar catatônico da platéia formada por gente do métier.
Justificam os criadores que aquelas peças não são vendáveis. O que se exibe são as tendências da moda  para a próxima estação.
As modelos devem se moldar às ideias, motivo para tamanho sacrifício. Pálidas, lembram fantasmas.
Quer saber?
Mulher tem que ter 'recheio' no corpo. Nada de exagero, claro.
As que 'cobrem' as passarelas não tem nada disso: peito, bunda, coxas e braços. Muito menos cérebro, em sua maioria [não generalizei, entendam].

Certa vez compararam esses desfiles com o trotar de um jegue. Com razão.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Indecisão tucana

Se é campanha eleitoral antecipada por parte do governo, como avaliam alguns jornais e cientistas políticos [sempre eles, eternos sabichões, erram todas], a oposição que nunca soube fazê-la de forma inteligente, marca bobeira:
- em um dia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tropeça e cai na própria língua após artigo publicado no Estado de SPaulo;
                   charge publicada na Folha, 14/02/2010

- em 2009, Aécio Neves e José Serra, governadores tucanos de Minas e São Paulo, ensaiaram o "se você for eu não irei, mas se eu for você não irá", demonstrando mais uma vez o clima de indecisão, marca registrada do partido que viveu sempre em cima do muro [desde a saída dos dissidentes do PMDB para fundarem o PSDB];
- Vale dizer que esse titubeio custou caro aos tucanos em 2002 e 2006. Não aprenderam a lição.
- ao lado de Lula, Dilma, mesmo não sendo consenso entre os petistas, já mobiliza os partidários em favor do objetivo maior em 3 de outubro. Falta definir o vice da chapa, a cargo do PMDB;
- Interessante é que o antigo MDB não lança candidatura própria à presidência há anos, comportamento semelhante do PFL (atual Democratas), que agrega Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo [herança de Serra que deixou o cargo para se eleger governador do estado] e José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal preso dia 11/02 por ordem do STJ no escândalo dos panetones conhecido como 'mensalão do Democratas de Brasília';
- por fora correm ainda a ex-ministra lulista Marina Silva (PV) com sua bandeira ambientalista e o enigmático deputado Ciro Gomes (PSB/CE), que já foi candidato a presidente em 1998, mas palpita entre os apelos de Lula a disputar o goveno paulista e seguir adiante com uma nova candidatura ao Planalto.

Tenho certeza: justificar o voto é o melhor que faço há várias eleições.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Bolão da impunidade

Sábado à tarde fui surpreendido por uma proposta diferente: um bolão, não sobre futebol, mas para quem acertasse quantos dias o nobre governador do Distrito Federal (DF) ficaria preso.
Sempre vi bolão de placar de futebol, mas esse é o primeiro!

Vamos então aos prognósticos:
Palpite otimista: quarta-feira, 21h, um pouco antes de encerrar o Jornal Nacional, para azedar a novela e o futebol.
Palpite pessimista: quarta-feira, 13h01, assim que o Judiciário retomar as atividades: habeas corpus e ordem de recondução imediata ao cargo.

Vergonha
Sinto vergonha de ser alemão. No Brasil é diferente: não tem corrupção, nem violência. Vamos mudar para lá! Aqui na Alemanha só se pensa em carnaval e panetone.
Política, $ e impunidade: sempre juntas.

Afinal, os políticos deram entrevistas dizendo que ele é um bom governador e é alvo de armação.
Nós é somos ruins e tapados...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sexto ciclo encerrado!

Tomei agora (20h30, 14/02) os últimos comprimidos de Temodal 280 mg neste sexto ciclo.

O que pude sentir é que o Temodal pegou mais pesado desta vez.
Muito provavelmente com a perda de peso a ação da quimio fique mais intensa, pois o cálculo inicial previa meu peso de 88 quilos. Pode sdr isso.

Fato é que:
Na quinta (11/2) o mal estar pela manhã voltou, mas  resisti ao Plasil;
foi um ciclo estranho, onde sentia algumas variações na visão, minutos após ingerir os comprimidos;
na manhã de terça (09/02) minha mão esquerda (Jorge) foi contido pela direita (Miguel) em mais uma convulsão parcial. Os gêmeos insistem em brigar na minha frente;
hoje passei o dia todo um pouco desnorteado, cambaleante em alguns momentos em que subia e descia escadas aqui em casa.
O calor muito forte pode ter sua parcela, além da própria quimio.
Quinta tenho a 12a aplicação de Avastin.
Cansado desse fastio...
Quero minha vida de acordar 3 horas da manhã de volta...

Sanha

Do site Comunique-se (12/02):

Sindicato defende filiação de jornalistas sem diploma que exerçam a profissão



O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo anunciou, em nota oficial, que pretende filiar jornalistas sem diploma, mas que exerçam a profissão. A proposta deverá ser discutida com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

A entidade defende que, diante do fim da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, os sindicatos devem assumir uma posição unitária sobre o assunto. “Encarar esse problema é uma responsabilidade que todo dirigente deve assumir e uma posição unitária nacionalmente construída deve ser o objetivo (... ) Assim, é preciso discutir seriamente a questão da sindicalização sob as novas regras e responder aos novos desafios que a decisão do STF impôs ao movimento sindical dos jornalistas”, diz o texto.

A notícia abriu um campo bastante fértil de discussões entre os profissionais e estudantes de jornalismo.
Eu postei minha impressão:
"Como radialista e jornalista diplomado sempre resisti às investidas de sindicatos em campanhas de filiação. Por não acreditar em nenhuma atuação efetiva e benéfica para os profissionais. Desta vez ficou escancarada a sanha arrecadatória em querer abrir de vez a porteira. Uma vergonha!"

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Só vendo...


Fantasia? Ah, sim, a fantasia...
Folha de S.Paulo, 13/02/2010, Cotidiano, página C1

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

TV Anglo

fotos Álvaro Taniguti

Ilha de edição U-Matic da TV Anglo Latino (uma delas)

Esta noite sonhei com o colégio onde estudei [76 a 89], o Anglo Latino, no bairro da Aclimação em São Paulo (SP).

Até onde sei, problemas administrativos [leia-se dívidas de todo tipo] levaram-no à falência. Uma pena, pois foi um gigante que 'abraçava' aos poucos os imóveis das proximidades.
Construiu, em 87, um estúdio de televisão (pelo qual era fascinado) com equipamentos de ponta na época [padrão Umatic, fita com bitola bem maior que o VHS, uso profissional].
Marcava presença quase diária (por curiosidade e insistência), mas o máximo que consegui naquele espaço foi fazer umas fotos pessoais, gravar umas caretas para uma videoaula, ver o pessoal trabalhar nas ilhas de edição, além de assistir o coordenador gravar uma externa no parque da Aclimação.
Ele era professor de matemática. A diretoria da escola o incumbiu do projeto. Era técnico demais, percebia nele muito mais teoria do que prática, que os editores (um deles oriundo da Rede Bandeirantes) e o câmera tiravam de letra.
Qual o acerto não sei, mas nas mãos dele -dividindo o tempo entre a matemática e a produção televisiva-, a produtividade era um 'nx zero à esquerda', mesmo na minha visão de adolescente apaixonado por rádio e televisão, porém sem experiência.
Aquele esquema burocrático emperrou projetos como instalar televisores nas salas e nos pátios 'transmitindo' uma programação interna, comum nos dias atuais em um shopping, através de telas LCD.
Como a demanda financeira da ideia megalomaníaca era alta, limitaram-se a montar racks com um televisor e videocassete por andar, para uso em aula.
O estúdio ficou lá, subutilizado. Um desperdício, mesmo diante do recuo da proposta inicial.
Experimente tirar um jornalista da redação e jogá-lo num escritório de engenharia para erguer um prédio. Era a situação dele, o professor dos números.
Terminei o colegial em 89, prometendo nunca mais colocar os pés por lá. Hoje, nem se quisesse. Concretaram todas paredes, portas e portões.
No sonho desta noite, encontrei o lugar em seu último dia de funcionamento. Os porteiros permitiram entrar e percorrer alguns lugares marcantes. Estive na biblioteca, quadra, uma das piscinas infantis que mergulhei quando criança, cantina, salas onde estudei, além da tv, lógico.
Mas era uma sensação estranha, ar de abandono, semelhante ao Titanic nas profundezas do oceano.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A (des)importância da educação

Folha de S.Paulo, 11/02/2010, caderno Brasil:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1102201013.htm

Serra propõe parceria a Madonna em ação que governo esvaziou
O governador de São Paulo, José Serra, ofereceu ontem como parceria à cantora Madonna a estrutura de um programa que foi desidratado em seu governo: o Escola da Família [...]
Criado no governo Geraldo Alckmin (PSDB), o Escola da Família sofreu, porém, redução drástica na administração Serra. Em 2007, o governo reduziu pela metade o investimento no Escola da Família. O número de escolas no projeto -que prevê atividades esportivas e culturais durante os finais de semana- caiu de 5.200 para 2.334. Atualmente, o número de é de cerca de 2.300.





Folha de S.Paulo, 05/02/2010, caderno Cotidiano:


Para Serra, crise provocou alta de homicídio em SP
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), atribuiu ontem ao desemprego e à crise financeira internacional o aumento de homicídios registrado no ano passado em comparação a 2008 [...]
Serra alegou que houve subnotificação de delitos durante o movimento grevista de 2008, o que, em suas palavras, provocou uma elevação artificial dos dados de 2009.


Reflitamos:
- Crescimento na criminalidade é culpa da crise, desemprego e greve da polícia, mas não dos baixos salários, efetivo cada vez menor e falta de investimentos em equipamentos e treinamento. A greve da polícia civil terminou em confronto com a Polícia Militar, a mando dos inquilinos do Palácio dos Bandeirantes;
- Enchente é culpa do excesso de chuva (o povo tem boa parcela nessa história com seu comportamento anticidadão e os políticos que aprovaram loteamento$ em área de várzea e morro, sabidamente passíveis de alagamento e desmoronamento);
- Má qualidade do ensino público é culpa do Paraguai, que aparece duas vezes nos mapas junto com palavrões e erros de inglês nas cartilhas distribuídas pela secretaria da educação;
- Pedágio a cada dez minutos de viagem é culpa de quem insiste em viajar, pois a manutenção das concessionárias nunca deixou a desejar.
Assim é fácil governar: gasta-se tubos de dinheiro em publicidade para dizer que trabalham por você. Agora podemos estufar o peito e bradar : 'um estado cada vez melhor'!
Vende-se a embalagem. Igual pastel de vento: vistoso por fora, vazio por dentro.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Temodalpolis

Hoje, quarta (10/2):
7h50: Hidantal comprimidos;
10h30: Acordo de um cochilo. Segundos após
Jorge e Miguel se pegam por quase um minuto.
Quando estou no ciclo de Temodal ou aplico Avastin os gêmeos tendem a se atracarem. O estresse é maior para eles etambém para mim!
O Temodal age no cérebro, mas 'quebra' o Hidantal, promovendo a queda da concentração. Deixa vulnerável às convulsões parciais na mão esquerda.
Fico de olho nos horários do Hidantal, não deixando ultrapassar 12 horas entre as doses.
É mais um esforço a ser feito. Penso nos resultados. Confio em quem dirige meu tratamento quimioterápico.

Jorge e Miguel
Os  gêmeos vividos pelo ator Mateus Solano em 'Viver a Vida' [novela das nove da Rede Globo] vivem se engalfinhando por causa de Luciana, modelo interpretada por Alinne Moraes, tetraplégica após sofrer um acidente automobilístico.

E eu quico?
Algumas convulsões parciais na mão esquerda ocorrem repentinamente desde o início do tratamento, seja pela ação da radiocirurgia, dos quimioterápicos ou  combinação de todos.
Acostumei a pressenti-las, levando minha mão direita a segurar com força a esquerda até o fim da crise parcial convulsiva.
Minha mãe, ao ver uma dessas crises, apelidou minha mão esquerda de Jorge -atacado por ciúme doentio de sua namorada Luciana-, partiu para cima do irmão Miguel em várias oportunidades na trama novelística global.
Se virar um Temodal ambulante, mudo-me para Temodalpolis...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ainda sobre Travessia...



Ontem postei sobre 'Travessia'.
Esta manhã recordei cenas de um filme com forte importância para mim: 'Amor Além da Vida' (What Dreams May Come, EUA, 1998), estrelado por Robin Willians [ator que, em novembro de 2009, afirmou em um talkshow americano que o Rio de Janeiro conquistou as Olímpiadas de 2016 mandando strippers e cocaína para Copenhague e foi reprovado pela brincadeira e/ou verdade].

Esta noite, com esse calor 'infernoso' em São Paulo, outro sonho recorrente: queda livre em um elevador.
Caindo a toda velocidade, o painel mostrava algo perto do 102o andar (!).
Consegui acionar um botão que freava a máquina, abrindo as portas em seguida, mas sem alcançar a soleira para sair.
Uma senhora surgia e estendia a mão para me puxar para fora, mas as portas se fechavam, reiniciando a descida descontrolada. Isso se repetiu duas ou três vezes até acordar. Não marquei o horário, infelizmente.
Neste caso pode haver explicação: quando criança era fissurado em andar de elevador. Aos quatro anos cheguei a ficar preso em um desses aparelhos em Niterói (RJ). Mas isso não amedrontou.

Fotomontagem 'Elevador para magros'
No destaque: "Malhar emagrece"

Tanto é que em Brasília -no ano de 1979-, divertia-me mais para cima e para baixo no elevador do que brincando com as outras crianças na área do prédio onde moravam meus tios na Asa Norte da capital federal.
Fazia 'experimentos', como apertar o botão de emergência, que parava o carro onde estivesse. Na maioria das vezes entre os andares ou para ver a soleira que ficava após o acionamento.
Vale dizer que não havia o Big Brother, com câmeras espalhadas por todos lados.
Cheguei a disputar corrida contra o elevador, partindo do quinto andar e programando paradas até a chegada, no térreo. Eu chegava depois, por mais rápido que fosse na escada.
Outra modalidade que meus primos e eu criamos: elevator cross, para saber qual chegava primeiro: social ou serviço.
Em condições de igualdade, claro, igual uma prova de atletismo. Partíamos do térreo para o último andar, soltando as duas portas simultaneamente. Só para saber qual carro chegava primeiro.
Até o dia que perdi: 'meu' elevador parou em um dos andares para um chamado. O morador, antes de entrar, perguntou o que fazia.
Respondi, sincero: "Corridaaa!"
Ele foi até o quinto andar para descer; não sem antes escutar os gritos dos meus primos que comemoravam a 'vitória' à porta.

Mas os sonhos que volta e meia surgem. Envolvem um elevador em queda livre, freadas abruptas e subidas em alta velocidade, a ponto de sentir que sou jogado no teto ou grudar no assoalho, sem conseguir me mover até o próximo tranco.
Hoje, ao entrar em um elevador,lembro-me dessas passagens e também do filme 'O Grito' (Ju On, 2000, Japão), com a cena do garoto Toshio aparecendo na janela de cada andar.

Assustador.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Travessia

Todos sonham. A lembrança quase total do que foi sonhado é o que intriga a neurociência.
Desde criança não apago da memória alguns deles.
Este, que já pode ter ocorrido com você, envolve muito cansaço físico e mental logo ao dormir: quando fomos a Brasília em 1979, depois de mais de 12 horas de viagem, o cansaço era evidente. Aos oito anos de idade, minha preocupação era, naquele momento, tomar banho e dormir.
O sonho veio: corria desesperadamente em uma mata fechada, fugindo não sei de quê, até cair em um buraco fundo.Pulei de susto ao acordar, ofegante. Não entendi isso até hoje.

Lugares de outrora
Quando o sonho te coloca em um lugar sem nunca ter estado e anos depois você visita uma cidade e rapidamente descobre que este era o local, o que dizer?
Isso ocorreu em Caldas Novas (GO), ano de 1988.
Meses antes havia sonhado entrar num quarto de hotel, chegar até à sacada e ver a rua.
Qual não foi minha estranheza ao chegarmos ao hotel e entrar num quarto idêntico ao do sonho?
A única diferença era que, no lugar da sacada, havia uma janela com a mesma vista que havia sonhado.

Repeteco
Outra situação é aquela que vivenciamos conversar com alguém e surge a sensação de haver conversado tudo aquilo anteriormente, sem mudar uma só palavra.

Mais recentes
Neste final de semana o lugar parecia ser Portugal, pelo menos a sugestão (não sei por quê) era essa. Nunca estive por lá. Lugar iluminado, cheio de jardins bem cuidados e pessoas desconhecidas. Tinha a sensação de uma viagem sem retorno. Era algo semelhante a um passeio, mas sem possibilidade de retorno.

Travessia
Nesta madrugada, por volta das 3h50, acordei sem compreender o que havia sonhado.
Não sei onde estava, mas era uma casa onde fui alvejado com dois tiros. Havia outra pessoa junto, mas que desapareceu do sonho com o desenrolar da história. Intrigante, no mínimo. Senti os dois disparos me atingirem. Não houve dor.
Desconheço os dois algozes, tampouco os motivos para tal agressão. Fato é que, segundos após, não respirava.
O que deveria ser sufocamento foi substituído por serenidade com a aproximação de algumas pessoas vestidas com roupas brancas leves. Entidades espirituais,  talvez.
Pediam para ficar calmo. Naquele momento não sabia quantos eram. Não estava nervoso, tampouco agitado. Só não assimilava aquilo tudo. Fiquei impassível.
Em seguida era transportado, boiando com a barriga para cima e braços abertos em um lago, canal ou represa, amparado por todas aquelas pessoas que fitavam apenas o horizonte e me guiavam pelas águas. Nada falavam.
À medida que o cortejo avançava, reconheci nas margens os rostos de muitos conhecidos, que me olhavam apenas .
O trajeto, até uma sala ampla e iluminada, foi agradável de ser percorrido, sem sobressaltos nas águas calmas.
Segundos depois estava deitado em um tablado na altura dos joelhos. Não sei como.
As pessoas que estavam nas margens começaram a entrar na sala e se posicionar ao meu redor.
Ao invés de desesperar, uma paz nunca antes experimentada me preenchia, ao som de melodias inebriantes, inimagináveis para o que sempre gostei de ouvir. Naquele instante conseguia fixar meu olhar e minha atenção no teto branco. Um exagero de branco.
Lembro-me que a Rosi deu um beijo em minha testa e se afastou, em tom de adeus.
Consegui, finalmente, olhar ao redor. Não havia tristeza no semblante de quem estava lá, mas um sorriso que transparecia agradecimento.
Novamente as pessoas de branco chegaram perto de mim, eram seis, três de cada lado.
Rostos serenos, novamente pediram que ficasse calmo.
Falaram algo para me levantar lentamente e iniciar a travessia.
Não conseguia fazer o que pediam, tarefa simples quando estamos acordados: levantar.
Naquele instante, decidi que precisava sair daquilo, que não era real, mas não conseguia emergir do sono em que estava mergulhado.
Sentia uma mistura daquele sonho intenso com minha vontade de despertar, sem consegui-lo.
Até que 'pulei' daquilo tudo.
Eram 3h50 desta madrugada.
Estou até agora recobrando as imagens desta noite.
Pudera existir uma máquina com eletrodos que fizesse  o 'download' disso tudo e mostrar para você. Enviar para análise, igual biópsia. Assim como todos outros sonhos.
Hoje à noite começo o sexto ciclo de Temodal.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Baderna com B de Brasil, il, il ,il

A novela do diploma de jornalista continua.
Do site Comunique-se em 04/02/10:

Em Sorocaba, só diplomados conseguem registro profissional

Da Redação
A Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Sorocaba, interior de São Paulo, dá entrada apenas em pedidos de registro profissional para jornalistas com diploma de graduação na área. De acordo com a Regional, a medida vem sendo adotada desde junho de 2009, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.
Segundo a Regional de Sorocaba, a ordem partiu do Ministério do Trabalho e o órgão está proibido de receber qualquer protocolo que não tenha o diploma.
O Ministério nega que exista essa orientação, já que no início deste ano acatou a decisão do STF e começou a emitir registro para jornalistas com ou sem graduação específica. De acordo com o órgão federal, os jornalistas com diploma devem receber o registro como “Jornalista profissional”, e os não diplomados recebem o título de “Jornalista/decisão STF”.

Não é defesa de reserva de mercado, mas o papel desempenhado por um jornalista interfere de forma profunda na vida das pessoas. Adiando ou antecipando decisões, enaltecendo ou destruindo vidas.
Da mesma maneira que engenheiros, médicos, advogados possuem o mínimo de formação acadêmica  para atuar no mercado de trabalho, o jornalista também é obrigado a possuir bagagem, mesmo que futuramente seja excluído do meio por incompetência, oportunismo rasteiro (o 'bate-carteira') ou safadeza.
Só a faculdade não constrói um jornalista. Ele se faz com muita leitura, pesquisa e trabalho de campo.
A sociedade, com o tempo, reconhece quem é sério e os que se aventuram por interesses escusos.
Além do registro diplomado pelo Ministério do Trabalho, a existência de um órgão paraestatal como o conselho de jornalismo disciplinaria um pouco essa 'casa da mãe joana' que virou a profissão. Quem sabe até uma prova nos moldes da OAB poderia ser aplicada aos jornalistas.
Não se trata de censura, como alardeiam alguns obtusos, mas uma saída para evitar que qualquer pessoa ponha na cachola que é jornalista e simplesmente saia por aí causando estragos. A praça está forrada de 'profissionais' desse naipe e não quero que a profissão seja ainda mais depreciada como foi feito ao longo dos tempos. Que se dirá agora, sem necessidade de diploma?
Baderna, com B de Big Brother, com B de Brasil, il, il.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Estação Didi, Dedé, Mussum e Zacarias


Apenas o Diário de S.Paulo noticiou em sua edição de 29 de janeiro (http://www.diariosp.com.br/Noticias/Dia-a-dia/460/Metro+%91troca+as+bolas%92+nas+estacoes) a trapalhada do Metrô gerenciado pelo governo paulista -que inaugura até março a estação Paulista da nova linha 4-, a mesma que desmoronou na pressa eleitoral da escavação da estação Pinheiros em 2007 e matou quase dez pessoas.

A nova estação fica na rua da Consolação, a poucos metros da... avenida Paulista, que abriga há 15 anos a estação... Consolação da linha verde (!).
A sumidade que nomeou a estação estava tão eufórico em trabalhar por você que não percebeu o imbróglio que jogará o passageiro desavisado: PAULISTA na Consolação e CONSOLAÇÃO na Paulista.
Pouco importa, afinal, São Paulo está cada vez melhor.
As próximas estações serão Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.

Encerrando:
A imagem de São Paulo no país chegou ao ponto de um comerciante colocar o seguinte aviso em seu estabelecimento: "Fiado só quando o Rodoanel ficar pronto".

Cada vez melhor?
São Paulo: apenas 55 estações de metrô, 61 km de linhas
Cidade do México: 175 estações, extensão três vezes maior