quinta-feira, 25 de março de 2010

Consulta e perícia

Terça-feira (23/03) retornei ao dr Carlos.
Comparou as imagens dos exames e manifestou dúvida sobre o crescimento da amina denominada colina.
Recebi informações prévias de uma leitora do blog (estudante de jornalismo) e fiz também algumas buscas no santo Google.
Minhas aulas de química e biologia dos tempos de colegial em nada contribuíram para tentar relembrar do que se tratava.
Biológicas e exatas sempre corri como o diabo faz da cruz.

Colina
No site http://neuromed88.blogspot.com/2008/09/colina-uma-amina-que-foi-sintetizada.html a colina é denominada uma amina, que foi sintetizada pela primeira vez em 1866.
Vai um pouco além: este composto orgânico é um precursor do neurotransmissor acetilcolina.
Bem, o que importa é que está na minha cachola e no laudo da ressonância há indicação de seu crescimento na região da cirurgia.
Em dúvida, o melhor a fazer -de acordo com o oncologista-, é realizar uma nova ressonância magnética com espectro e perfusão em abril para comparação com as imagens do início de março.
Poderia simplesmente dar ponto final no tratamento sem ter a certeza do amanhã. Igualzinho à piada do português, que decide cruzar o Atlântico a nado: nada, nada, nada e a cinco metros da praia em Rio Grande do Norte sente-se cansado e decide voltar.

De olho
Comprovada a normalidade do crescimento de colina e extinção do GBM IV, realiza-se exames de imagem a cada dois meses no primeiro ano. A recidiva do GBM IV é traiçoeira e devemos fica de olho o tempo inteiro.
Terminei os sete ciclos de Temodal e fiz a última aplicação de Avastin  (14 de 15 programadas). Ainda estou sob efeito dos quimioterápicos e em descanso das doses até novo exame de imagem.
Isso se refletiu no entendimento do perito do INSS ontem (quarta).

Perícia no INSS
Após quase dois meses marcada, fui preparado para ficar longas horas esperando até ser chamado na agência Santa Cruz, Vila Mariana.
No agendamento pelo 135 (em 1o. de fevereiro!) pedem chegada com 15 minutos de antecedência.

Primeira vez
Da primeira perícia, na Várzea do Glicério, solicitaram que chegasse uma hora antes. Mesmo assim, fui atendido quase uma hora e meia depois do [horário] agendado.
Com esse histórico e outras duas demoradas esperas para procedimentos simples como cadastramento de senha e requerimentos na mesma agência preidenciária, calculava sair do consultório por volta das 16,17 horas.
Minha mãe levou revista e água.
Chegamos às 12h27, marcado na senha de triagem.
Atendimento inicial para confirmação de dados pessoais e espera. 
Meu agendamento estava previsto para 13h20.
Minha senha bipou na tela às 13h10!
Nossa! O que houve?
Desta vez o perito [polido, muito educado] fez muito mais perguntas que no primeiro afastamento: histórico de evolução de astrocitoma anaplásico III para glioblastoma multiforme IV, procedimentos adotados (radiocirurgia e quimio), medicamentos etc.
Tive que demonstrar também como iniciavam as convulsões parciais da minha mão esquerda (Jorge x Miguel).
Ao analisar o laudo da ressonância, parou no trecho do aumento de colina e passou a ler, concomitantemente, o relatório médico elaborado pelo dr Carlos.
Levantou os olhos dos dois papéis à sua frente, digitou por alguns segundos e afirmou que manteria meu afastamento até final de maio, para que o oncologista tivesse tempo para comparar os exames próximos com os realizados e decidir pela alta médica ou prosseguimento da quimioterapia.

2002
Lembro-me que ao terminar a radioterapia da primeira cirurgia em 2002, passei por um médico perito do INSS em seu consultório no centro de Araraquara (SP).
Algumas coisas parecem ter mudado na concessão destes benefícios, pois precisei levar os exames para perícia após a conclusão do tratamento para obter alta médica.
Acho que era isso.

Homem?
Mas o que me deixou indignado foi a maneira como esse médico (falecido em 2009) tratou-me e pode ter feito com os mais humildes que entraram antes de mim.
Em meu caso, esse 'cavalo' [seu nome era de um humano, mas dava pinote tal qual um burro] pegava as chapas de ressonância, olhava com desdém, perguntava grosseiramente, olhava o laudo e depois jogava em cima de sua mesa, de qualquer forma, me obrigando a juntar tudo aquilo apressadamente, de qualquer jeito.
Além de 'cavalo', foi político na cidade por longos anos. Que o quinto o tenha em um bom foguinho depois de desfazer dos outros como também fez comigo.

Torcida
Tenho que aguardar, mesmo com a vontade maluca de retornar ao jornal, acordar de madrugada, fazer meu 'tour' pelas delegacias, batalhões policiais e estar com tudo em cima para entrar no ar às 7 horas.
Quanto ao GBM IV, 'cozinho' algumas propostas.

2 comentários:

  1. Que bom saber que existem ainda peritos que não se esqueceram que são médicos, que não se acham deuses!

    Sou funcionária municipal, então a cada 3 meses passo por perícia, a última, por ter sido na época do tmo, foi documental, uma colega que levou pra mim, mas na penúltima... A "médica educada" disse que o laboratório em que fiz as tomografias não prestava, que era uma porcaria (Delboni)... Essa mesma senhora me atendeu quando realizei a biópsia, na 1ª licença dessa série que já passa de 1 ano, queria retirar o meu curativo para ver o corte, mas eu não deixei. Ela quer sempre desmerecer os outros médicos, deve ter inveja, frustração...

    Que bom que seus exames mostram apenas essa possível "amina" (que também não sei mais o que significa), logo a dúvida se esclarecerá com as imagens de abril, e você ficará apenas nos exames de controle.

    Abraços

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  2. Sabe Alvinho, o que fazem com a gente no INSS não tem desculpa, perdão ou antipatia, é CRIME!
    afinal quem paga para aqueles bandos de vagabundos nos analisarem? nós! e brutamente eles esquecem disso!
    muitos deles são médicos que mal sabem fazer uma pergunta com medo de respondermos com uma pergunta e eles não terem resposta.
    pra mim, são médicos incapazes de ter paciêntes, pois pelo tratamento que nos dispõe com certeza, nem um pobre animal eu levaria.
    agora, nós pagamos, que direito tem eles de discordarem dos nossos médicos, aquele que nos opera?
    quem são eles para dizerem se estamos ou não doentes? um bando de frustrados, que com certeza, se formaram só pelo status e que pra parecer com um burro (animal) precisam ter mais educação.
    é claro que existe o paciente oportunista, mas para isso existem cameras escondidas, não é necessario tratarem a gente como se fossemos vermes, afinal nós que pagamos o GORDO salario deles para ficarem com a bunda numa cadeira por 1 hora diária.
    revolta.

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