quarta-feira, 17 de março de 2010

Epílogo? Fim?

Passei hoje por consulta com o neurocirurgião, dr Shibata.
Aproveitei e levei a ressonância magnética solicitada pelo oncologista, dr Carlos.
Na visão de Shibata as imagens estão boas com necrose da quimio e radiocirurgia.

Jorge versus Miguel
Quanto a Jorge e Miguel, minhas mãos que 'brigam' quando a esquerda convulsiona, ele achou altíssima a concentração da amostra de sangue coletada em jejum quarta-feira (10/3).
O nível da fenitonína (Hidantal) estava em 28,3 [a referência terapêutica oscila entre 10 e 20]. Acima disso é considerado nível de toxicidade.
O corpo não responde mais ao Hidantal, na opinião de Shibata. Acostumou-se.
Decidiu pela combinação de um dos quatro comprimidos diários de Hidantal por um de fenobarbitol, conhecido por Gardenal 100 mg [dããã...].
Este medicamento sempre foi estigmatizado por ser indicado para quem 'surta', mas é apenas um anticonvulsivante (ou anticonvulsionante) na mesma linha de Tegretol e o próprio Hidantal. A única diferença, segundo o neurocirurgião que me operou em 2002 e ano passado, é que Gardenal causa mais sono.
Nesta quarta tenho consulta e aplicação de Avastin.
Sairá também o veredicto sobre o prosseguimento da minha quimioterapia ou se o oncologista decreta 'férias' do tratamento até o resultado dos próximos exames. Em outras palavras, o fim.
Algo semelhante a Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, Itália, 1988), em que Salvatore -ainda jovem-, parte para a cidade grande, deixando para trás o vilarejo onde morava.
Comparo a cena da partida do trem como a de alguém que foi amparado na estação enquanto necessário.
Em seu devido momento, deverá levar adiante sua vida, recordando as pessoas que -no passado-, acenaram o adeus.
Em minha memória ficarão todos os membros do Centro Paulista de Oncologia (CPO), da recepção-passando pela enfermagem-, até os médicos Carlos Alexandre e Silvana, que cuidaram de meu caso com interesse, conhecimentos atualizados e atendimento humanitário num momento tão delicado para o paciente da oncologia.
O aceno do adeus balança qualquer um.
Independente do que ocorra nesta quarta, sigo mais confiante e animado.

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