domingo, 9 de maio de 2010

Diário de bordo: Abadiânia (GO)

Ter fé. Acreditar.
Nas duas intervenções cirúrgicas na guerra contra o câncer cerebral foi assim.
Minha formação católica e a descoberta do kardecismo em 2002 após a primeira cirurgia me transformaram numa pessoa ecumênica. Em 2009, após a segunda cirurgia, veio a reafirmação.
Recebi correntes de oração e apoio moral de todos: do ouvinte anônimo que telefonava no jornal para saber como estava minha saúde aos amigos de longa data. Como agradecimento, meu respeito a todas correntes religiosas e retribuição em forma de oração.

Casa de Dom Inácio
Aberta aos que têm fé. É assim a Casa de Dom Inácio, fundada por João Teixeira de Faria, 73, em Abadiânia (GO), município de 12 mil habitantes, que atrai gente de todos os continentes em busca de curas espirituais.
Neste post deixo minhas impressões de jornalista e protagonista de uma cirurgia espiritual. Demorei alguns dias para conclui-las, pois algum detalhe sempre surgia à medida que digitava estas linhas. O diário de bordo pode ter ficado um pouco extenso, confesso. Mas li e reli inúmeras vezes. Creio que seja o mínimo necessário para que o leitor possa compreender um pouco sobre espiritualidade e cirurgias espirituais, na visão de quem se submete ao procedimento. É o que explica João de Deus, em seu livro Curas Espirituais (AB Ed., Goiânia, 224p., 3ª edição, 2009), que todos nós possuímos mediunidade: de tipos variados, em maior ou menor grau, mas a temos. Minha ‘mediunidade de inspiração’ levou alguns dias para digitar o texto abaixo, talvez para mim mesmo. Porém, se alguém tiver lido o relato no blog e, quem sabe, até postado um comentário, fico feliz.
Tranquilizo aqueles que imaginam um lugar aterrador, com cenas de cirurgias espirituais como as que são exibidas de maneira distorcida em alguns filmes e por alguns canais de televisão.
Nada disso. A mediunidade já foi comprovada, mas até hoje a ciência e a medicina debruçam-se sobre o assunto na tentativa de descobrir de onde emana essa força na massa cinzenta de algumas pessoas.
Glândula pineal avantajada, formação cerebral diferenciada? Ainda não se atingiu a resposta conclusiva, mas o fato é que alguns indivíduos desenvolvem capacidades específicas no campo da mediunidade: alguns vêem, ouvem, conversam; outros sentem ‘presenças’ e ainda há os que psicografam, pintam quadros, movem objetos de lugar ou realizam cirurgias espirituais.
Os eventos da vida se encaixam em seu devido tempo. Foi assim que descobri Abadiânia.
Uma tia materna, moradora em Brasília (DF), esteve em São Paulo em março e nos visitou.
Não recordo qual o ‘gancho’ para a conversa entrar na espiritualidade. Talvez conversássemos sobre minha quimioterapia.
Católica, comentou sobre as pessoas que se dirigiam até Abadiânia, sem saber detalhes.
Alguns dias depois a Folha de SPaulo publica em seu caderno semanal Mais! (21/03/2010) uma reportagem sobre João de Deus.

Diário de bordo

Terça-feira, 20/04
Nove horas de estrada entre Araraquara (SP) e Abadiânia (GO): José Carlos Magdalena, Valdir Massucato e eu, em uma viagem que esclareceria dúvidas e reafirmaria minhas convicções sobre a espiritualidade.
Fomos recebidos na pousada do casal Miriam e Cláudio Pruja. Gaúchos, vivem no cerrado goiano há 12 anos.
Recebemos uma breve explicação sobre o funcionamento da Casa de Dom Inácio nos dias em que é aberta ao público (quartas, quintas e sextas, independente de feriado).

Quarta, 21/04
Após o café da manhã fomos ao hospital espiritual, como se autodenomina a Casa.
No caminho, desperta atenção a fachada do comércio próximo, em português e inglês. “Speak english [fala-se inglês], indian clothes [roupas indianas]” são resultantes da maciça presença estrangeira na cidade. Nem nas ruas de São Paulo deparei com tantas indicações em inglês (apenas aquelas lojas de shopping com nomes em inglês, muitas sem significado; estrangeirismo ridículo). Abadiânia? Abadiânia é mesmo John Of God mesmo.
Os trabalhos têm início 8 e 14h. Não há necessidade de senha. Nada de ficar madrugando em fila como em alguns lugares.
As pessoas chegam calmamente, vestidas de branco em sua esmagadora maioria. É uma recomendação. “Importante é ter fé, independente da religião”, explicou Miriam.
Minutos antes, Cláudio nos apresenta as repartições da instituição: sala da corrente, dos médiuns, da entidade, passe, enfermaria (afinal, trata-se de um hospital espiritual), banho de cristal, a cachoeira, a varanda (cuja visão é impressionante) e os jardins.
Algumas pessoas já estão ali: em silêncio absoluto oram, meditam, assimilam a energia do local. Contagia mesmo. Inenarrável.
Conhecemos João de Deus, no instante em que chegava de Anápolis (GO), onde mora. Uma rápida apresentação e a (boa) impressão de uma pessoa simples.
“Todos são atendidos. A Casa não é ligada a nenhuma religião”, explica o preletor da manhã, falando em português, inglês (francês e alemão em alguns momentos), no início do discurso sobre um altar simples, cercado de quadros, imagens, símbolos e muitos vasos de flores. Detalhou o funcionamento da instituição. Casa cheia. Calculei 800 pessoas naquela manhã de feriado.
Três fotografias em uma parede mostram João de Deus encarnado, sentado em uma poltrona, do mesmo jeito que o veria mais tarde.
Cada foto apresenta uma mancha alaranjada em formato de raio, ao lado do médium.
Analisei de perto as imagens, provavelmente uma manifestação espiritual. Não identifiquei sinais de manipulação em computador. Nada.

Tela de LCD
Uma tela de LCD mostra cenas de cirurgias visíveis, com corte. O que atrai minha atenção é a forma simples que João utiliza um bisturi: a higienização, em todo o processo, é realizada com um algodão embebido em água fluidificada por cristais. Só isso.
Os operados não sentem dor e sangram quase nada.
A explanação multilíngue determina a organização em filas de quem está lá a primeira, segunda vez ou retornava após tratamento ou cirurgia. É igual marcar consulta com um médico: ele ouve, diagnostica e dá seu parecer. Cada um apanha uma ficha na livraria. Em um hospital espiritual a diferença está no plano da ação.
O calor aumenta à medida que as horas avançam, mas ninguém desiste ou reclama. No máximo, alguns se sentem desconfortáveis no interior goiano, mesmo sob os muitos exaustores eólicos no teto do salão. Se Araraquara é conhecida por ‘morada do sol’ por seu clima quente, imagine mergulhar no clima do cerrado.
Sem esforço, nada é atingido. Se vier fácil, não possui merecimento; perde-se em pouco tempo. Aprendi isso em casa. Explicam este ensinamento na preleção: se fizer por merecer, será atendido.

Primeira vez
Entro na fila da primeira vez. Os pedidos de desligar o celular são repetidos constantemente. Assim como o de não cruzar os braços e as pernas (para quem está sentado). É para não dispersar energia espiritual.
É nítida a presença de europeus, asiáticos e americanos no local. Destacam-se de nós, brasileiros, bronzeados por natureza. Vejo também uma africana, porte físico avantajado, com turbante alvo e suas vestes típicas, concentrada ao máximo.
Todos nós, na mesma sintonia.
Sigo para dentro da primeira sala. Vejo muitas pessoas em corrente espiritual, orando o Pai Nosso e Ave Maria, orientadas por voluntários que falam baixinho em português e inglês.
É indescritível o que se passa lá. Lembra “Se Eu Quiser Falar Com Deus”, de Gilberto Gil. Sigo em fila indiana, lentamente, até aproximar de João de Deus, compenetrado com sua entidade espiritual.

Diferença de visão
Cláudio havia explicado, na noite de terça-feira, que os europeus e americanos enxergam a espiritualidade de forma diferente da nossa. Eles viajam milhares de quilômetros crentes que é João de Deus quem vai curá-los.
Na verdade, João não é médico, não possui CRM [registro profissional no Conselho de Medicina]. Não cura ninguém. Eu explico.
Observo ao redor os médiuns que acompanham João. Todos estão em transe: sentados, alguns acomodados com travesseiros na nuca.
Quem nunca viu, pode pensar que dormem. Não é isso.
Cada médium empresta seu corpo a uma entidade espiritual. São ‘torres de celular’ na ‘conferência’ repleta de boas vibrações. Tal qual João, profundamente incorporado.
Cláudio me pergunta se quer que ele fale com João sobre meu problema de saúde. Por ser ‘estreante’, meu sorriso é o aval.
Chega minha vez. Cláudio sussurra ao ouvido de João sobre meus tumores cerebrais.
João, categórico, diz: “Banho de cristal hoje à tarde; volte amanhã que vou te operar.”
Só isso. Magdalena, que estava à minha frente, recebeu um papel rabiscado das mãos de João. Era uma receita à base de passiflora (pó de maracujá) em comprimidos. Valdir, que entrou minutos antes, também recebeu.
Somos guiados para receber um passe mediúnico na sala ao lado. Um minuto. E saio leve.
Explicações complementares são transmitidas do lado de fora.
Frisam antes e depois que ninguém é obrigado a nada. Se não acreditou, não há problema algum. Fica por isso. Quem sente segurança no tratamento espiritual que se inicia, deve seguir a regra de não ingerir bebida alcoólica, comer carne de porco ou pimenta durante o tempo da medicação de passiflora. Deve manter abstinência sexual por 40 dias.
Os que receberam a receita se dirigem à farmácia, onde os comprimidos são adquiridos. A passiflora receitada pela entidade espiritual possui a mesma composição, mas funciona diferente para cada um que a recebeu. Servirá apenas ao próprio ‘paciente’ espiritual. O aviso é claro: em momento algum abandona-se os remédios que os médicos alopatas receitam.

Doença: causa espiritual
Para João de Deus, muitas doenças têm origem espiritual. A consequência se manifesta no corpo físico. A Seicho-No-Ie segue a mesma linha. Meu avô foi preletor dela.
Quem teve prescrição para retornar em alguns dias, deve fazê-lo.
Todos que passam por João de Deus se alimentam com uma sopa de legumes (apetitosa, por sinal). Mata nossa fome física; ao mesmo tempo alimenta nosso espírito. É preparada na cozinha local e não custa nada.
João de Deus mantém, em outro ponto de Abadiânia, a Casa da Sopa, que oferece refeição à população carente diariamente.
Voltei à tarde para o banho de cristal, uma espécie de preparo para a cirurgia no dia seguinte. Paguei os 20 reais e retornei às 14h.

Banho de cristal
O banho de cristal consiste entrar numa sala escura, ser acomodado numa maca higienizada, e receber -por 20 minutos-, o banho de luzes provenientes de cristais lapidados instalados acima de quem se deita.
Os olhos são cobertos com uma venda branca. A música suave completa o processo. Caía no sono quando a sessão terminou. Foi revigorante.
Retornei à pousada e dormi bem até o jantar. Comida simples, como deve ser nossa alimentação.
Comemos para viver e não o contrário, como pensava até julho do ano passado. Pesava 88 quilos. Hoje estou com 68 e tive que trocar minhas calças 42 por 38 ou 40. Tomei vergonha na cara e reaprendi.

Sorvete e lan house
Aproveitei o tempo livre para caminhar pelas redondezas. Tomei sorvete caseiro, encontrei uma lan house para me atualizar com o noticiário e voltei. Tudo fecha às 22h.
Na pousada não há televisor nos quartos. A ideia é que os hóspedes/pacientes repousem. Silêncio de mosteiro nos corredores.
Ouvi uma ou outra conversa em voz baixa, em uma língua muito diferente do inglês.
Foi ótimo dormir bem assim. Com o vibracall disparei muitos sms para Sampa e Araraquara, contando o que via e sentia. É inspirador estar num lugar como esse.

Quinta, 22/04

Sala da corrente
Logo cedo, após o café, fui aconselhado a participar da sala da corrente, que começou 7h30.
Pode parecer cansativo ficar sentado ao lado de muitas pessoas que meditam e oram em favor dos médiuns, das entidades espirituais e João de Deus, que faz o mesmo que na manhã anterior. Porém estava numa situação diferente.
Num dia fui atendido. No seguinte ‘reforçava’ o ambiente. Saí 10h50. O tempo voou e só pensava na cirurgia.

Joseph
Fui direto para a fila da sopa, onde conheci Joseph, australiano de Melbourne, que veio pela primeira vez ao Brasil com mais nove pessoas.
Praticando meu inglês macarrônico, Joseph explica que possui um problema sério de visão e não consegue enxergar direito, mesmo passando por quatro oftalmologistas em cidades distintas na terra do canguru.
Afirmou que soube de João de Deus e se juntou ao grupo que veio até Abadiânia.
De avião até Sidney (cidade mais populosa do país, cuja capital é Camberra), uma hora. Depois, uma conexão européia e mais 11 horas de voo até São Paulo. São Paulo, Brasília, Goiânia e Abadiânia.
Perguntei sobre sua impressão ao conhecer um país contrastante em todos os sentidos. Respondeu que notou essas diferenças onde seu grupo esteve, mas que havia gostado do Brasil por sua receptividade com os estrangeiros, apesar de todas as deficiências estruturais.

A cirurgia
Às 14h estava de volta ao salão para o grande momento: a cirurgia espiritual.
Uma mulher, acompanhada do marido, sentada duas fileiras à minha frente, começa a chorar compulsivamente e tem que ser amparada pelos voluntários. Foi levada direto para a sala.
Nesta palestra, uma rápida citação do dia em que João de Deus conheceu Chico Xavier em Uberaba (MG) , e transmitiu-lhe uma mensagem de seu guia espiritual indicando Abadiânia para ser a sede da Casa de Dom Inácio.

Terra de cristal
Abadiânia está assentada sobre um gigantesco cristal. Daí a explicação para tamanha energia concentrada no local.
Faz lembrar o trabalho de um fotógrafo japonês (Masaru Emoto) que obteve imagens contundentes ao congelar água que descansou uma noite sobre palavras como amor, ódio, felicidade, raiva etc.
Ao estudar cristais de gelo com as palavras positivas, encontrou estruturas homogêneas e harmônicas. Ao passo que nos cristais de gelo com os sentimentos negativos, notou formações contrárias às primeiras.
Ou seja: nossas palavras e pensamentos, antes de qualquer atitude, são pura energia. Por isso devemos canalizá-la para o bem. Sempre.
Canalizar bons pensamentos em um lugar como a Casa de Dom Inácio é fundamental para merecermos a cura espiritual.

Chamada
A primeira chamada no altar é nítida: entram aqueles que estão com cirurgia espiritual marcada por João. Era meu caso.
Entro lentamente em fila até a sala de passe, onde estive na manhã anterior. Sou orientado a sentar no primeiro lugar disponível. O lugar fica lotado. Trata-se de uma cirurgia espiritual coletiva.
Pedidos de concentração com olhos fechados e oração são repetidos até a chegada de João de Deus. Antes do início da cirurgia coletiva, um voluntário pergunta se alguém tem interesse em realizar a cirurgia visível, com corte. Nenhuma manifestação.

Celular
Início da cirurgia. Concentro-me ao máximo, focando em minha cura. Mais nada.
Fala-se em português e inglês. De repente, um celular toca.
Inacreditável! Quem fez isso?
Mais um minuto se passa. Quando nossa concentração retoma os níveis esperados, o telefone toca novamente.
Não é possível! É o mesmo que estar numa sala de audiência do fórum, depondo na frente do juiz e o telefone tocar.
Vi isso acontecer quando estagiava em Direito na justiça trabalhista.
O juiz perguntou ao cidadão se queria que ele desligasse o aparelho arremessando-o pela janela. É muita falta de respeito.
Pouco antes do final da cirurgia, perguntam novamente se alguém quer fazer cirurgia visível. Ninguém.
Saímos e recebemos instruções sobre o retorno entre oito e 60 dias, as recomendações sobre passiflora, alimentação, além da abstinência sexual.
Naquela mesma tarde rumamos para Goiânia, onde pernoitamos no Ibis Hotel.

Sexta 23/04
Tomamos café da manhã e viajamos a Araraquara. Devo retornar nos próximos dias a Abadiânia.

Concluindo
As pessoas não podem se lembrar dos médicos e da espiritualidade apenas no momento em que a enfermidade manifestar.
Muitas vezes o sinal que as coisas não estão bem podem ser tardios.
Devemos, portanto, estar minimamente equilibrados física, mental e espiritualmente para que nossa fugaz passagem terrena seja bem aproveitada e sirva para nossa evolução espiritual, independente da religião.
A união da ciência, conhecimento, amor à profissão do oncologista, radiocirugião, neurocirurgião que me operou duas vezes, da força da graviola e da espiritualidade  existentes em cada um de nós pode levar àquilo que alguns chamam de milagre.
O milagre está dentro de cada um de nós.

Para saber mais:
http://www.joaodedeus.com.br/abadiania.htm
http://voluntarioseamigos.org/indexbr.html
Miriam e Claudio Pruja (62) 3343 2089










3 comentários:

  1. Taniguti, fantástico!
    Me senti em Abadiânia ao ler o seu relato...
    Que os milagres que estão em cada um possam operar nesse momento...e que você esteja bem!
    Beijoz!

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  2. Todos temos nossa capacidade mediúnica,pelo menos instintiva,sendo assim,por mais que diga a respeito de tratamento,tenho a certeza interna de que não está doente,não da forma como a ciência o diz,mas sim de uma forma em que precisa se rever;sugiro apenas que se entregue,sem a mente,apenas abandone-se às coisas simples da vida.Abraços e boa sorte em seus momentos de busca curativa,lembre-se que ela está em você!

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  3. Tani,

    Sigo a Doutrina Espirita desde que me conheço por gente. É algo natural para mim e onde as respostas às minhas dúvidas fizeram e fazem sentido. Há 16 anos frequento um centro de estudos espirituais chamado Alfa na Vila Zelina e lá eu venho aprendendo cada vez mais. Lá eu peço sempre nas orações por você. Não pela sua cura mas, para que Deus te dê forças para passar pela sua provação. E eu estou vendo que você tem essa força de sobra. Com a vibração que você emana tenho certeza que a influência em seu fisico será gritante. Adorei seu relato, fico muito emocionada pela sua forma de ver de encarar a vida e seus percalços e suas atitudes em decorrência disso.

    Fico muito feliz de compartilhar sua amizade!!!

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