sábado, 1 de maio de 2010

Oscilação de incompetência

- Manchete do caderno Cotidiano da Folha de SPaulo neste primeiro de maio: [http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u728784.shtml]:
Homicídios crescem 23% em São Paulo
ROGÉRIO PAGNAN

AFONSO BENITES
EVANDRO SPINELLI
da Reportagem Local
A cidade de São Paulo está mais violenta. Após nove anos em queda, a capital paulista voltou a enfrentar um aumento do número de homicídios no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2009.

O crescimento, de 23%, surpreendeu o governo. No total, foram mortas 376 pessoas nesse período --mais de quatro por dia. Foram 1.224 homicídios em todo o Estado --alta de 7%.
Na tarde de ontem (30), a cúpula da Segurança Pública esteve reunida em torno dos números. Ninguém, porém, apresentou-se para comentá-los. O governo classificou o crescimento como uma oscilação.
No início do ano, José Serra (PSDB), que deixou o governo para disputar a Presidência da República, atribuiu o crescimento dos assassinatos no Estado em 2009 ao desemprego e à crise econômica.
Para o sociólogo José dos Reis Santos Filho, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Políticas Alternativas da Unesp, os números apontam a necessidade de investigar mais homicídios e mostrar que há punição.
"Talvez o criminoso passe a avaliar que o custo benefício de se cometer um assassinato não valha a pena", avalia.

Já o advogado criminalista Roberto Delmanto Júnior, da Associação Internacional de Direito Penal, vê no aumento dos homicídios um recado para que o governo comece a repensar sua política de Segurança Pública. "Esse aumento é tão expressivo que não dá para atribuí-lo a problemas sociais."

Antes era a crise e o desemprego. Agora é oscilação.
Deixa a oscilação saber disso.
Desgoverno e incompetência mudaram de nome.
Pior que os três repórteres incumbidos da missão jornalística vão ouvir sempre a palavra de um estudioso da violência, sem nunca apresentar uma proposta para o problema. Estudam e não conseguem passar de ano, mas são ouvidos como entidades divinas por esta grande imprensa nauseante.
Mais próximo da realidade é o criminalista, com diversas ressalvas.
E mais fácil ainda é escrever matéria para jornal em cima de números. É o que chamam de jornalismo investigativo [entrei num curso sobre o tema pensando em sair a campo para ouvir pessoas e conhecer novos lugares -o que faço há mais de dez anos-, mas o conceito dos letrados em jornalismo investigativo é outro: debruçar sobre planilhas disponíveis na internet e vomitar reportagens sem nunca ter pisado na periferia ou sentir o cheiro de gente sofrida. Senti-me lesado ao desembolsar 80 reais à época para ficar plantado na frente do computador usando Excel, manipulando números a favor deste ou daquele lado. Escroto, no mínimo].
É muita apalpação para uma questão que precisa de chumbo de encontro: leis mais agressivas, polícias mais bem equipadas e remuneradas, com autonomia para 'derrubar' quem efetivamente enfrente a autoridade constituída.
E claro: prisão perpétua em uma mina de enxofre para presos condenados por crimes bárbaros [estupradores, pedófilos, homicidas, latrocidas e traficantes de drogas] a 500, 600 anos de prisão e pena de morte para criminosos de colarinho branco.
Mahmoud Ahmadinejad [presidente do Irã] é louco ou somos nós os grandes 'bundões' nessa história de país tropical?

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