sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A velha Anhanguera

Logo após a inauguração do novo trecho da Rodovia dos Bandeirantes uma falha de construção fez com que um trecho desmoronasse e deixasse o trânsito impedido por mais de seis meses.
Isso é típico de inaugurações com caráter político, quando a pressa eleitoral produz esse prejuízo aos nossos bolsos. Lembram-se que citei o caso das estações da linha leste-oeste do metrô paulistano inauguradas sem a finalização das obras na gestão do então governador Paulo Maluf (PDS na época)?
Em minhas viagens entre São Paulo e Araraquara (SP) não teria como deixar de notar o estado de 'parente esquecido' que ganhou a Anhanguera. Mesmo com algumas obras de infraestrutura que a mesma recebeu e continua a receber, em especial no trecho de Campinas, fica evidente o jeito ultrapassado que adquiriu pelas décadas que passaram e hoje mostram como os motoristas preferem pagar o mesmo valor de pedágio (os mais caros do mundo, herança do 'seu' Mário) em uma rodovia construída recentemente com o que há de mais moderno em engenharia de trânsito ao invés de transitar entre inúmeras empresas e indústrias abandonadas ao longo da Anhanguera.
A imagem diz tudo:

É o antigo Posto Figueira Branca em Limeira (SP), deixado ao sabor do tempo que faz a sua parte lentamente.
Assim que mudei de Bauru (SP) para Araraquara, as primeiras viagens que fiz para a capital não
dispunham ainda da rede Graal (o Barreirense na Washington Luís foi uma das últimas incorporações do grupo). Uma vez dei carona para o Pedroso (da Banca do Parque Infantil) e ele sugeriu pararmos no Figueira Branca. Ainda era, em 1992, um posto com bom movimento e atendimento.
Hoje o que se vê são as sombras do passado que ficaram quilômetros à frente do posto Topázio Graal que absorveu em um passe de mágica todo o trânsito que antes consumia no Figueira Branca.
E não é só isso em minha observação crítica. Já que o valor das tarifas de pedágio não mudam nos respectivos trechos, a toda-poderosa Agência Reguladora do Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) poderia usar a inteligência ao oferecer a Anhanguera com tarifas mais em conta, uma espécie de desconto para quem quiser dirigir numa estrada cujo limite máximo de velocidade é 100 km/hora em média, muito ruim se comparada com a Bandeirantes, que é de 120 km/h em toda sua extensão. As empresas de ônibus são obrigadas a seguir itinerário na rodovia com pé no passado. Horrível.
Outra determinação absurda que a agência faz os passageiros engolirem a seco, sem perdão: a obrigatoriedade dos ônibus de linhas intermunicipais pararem 20 minutos a cada 170 quilômetros rodados.
É a portaria 9 de 12/05/2005. 270 quilômetros separam São Paulo de Araraquara. Com a vigência, as empresas obtiveram autorização para oferecer horários sem parada nos postos, o que agradou e despertou a preferência de muita gente, mas pode ter ido de encontro ao interesse dos grandes restaurantes e lanchonetes instalados às margens das rodovias paulistas.
O que aconteceu? Todas as autorizações foram cassadas. Agora, sem poder escolher, o passageiro é obrigado a parar na 'marra', queira ou não. Houve consulta pública? Não. E trabalham por você (dizem). Essas e outras ocorrem desde 1994 nos caminhos dos bandeirantes. La-men-tá-vel!
Outra vergonha é a decisão de cobrar pedágio dos motociclistas, sob o argumento que os custos de atendimento em caso de acidentes onera demais as concessionárias (como se as tarifas fossem baixas, como o pedágio mais caro do planeta em Araraquara, R$10,40 na ida e na volta).


Passagem livre para motos nas rodovias paulistas...





...Cena com prazo para acabar em São Paulo






Boa desculpa para saciar a sanha arrecadatória que também impõe aos proprietários de veículos um IPVA de 4% do seu valor.
Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins são exemplos que cobram 1 a 1,5% e arrecadam o que São Paulo afugenta com seus 4%. Guerra fiscal é isso: Usar a estratégia de atrair de volta os que praticaram a elisão fiscal (é o nome técnico) e arrecadar o mesmo volume (ou até mais) praticando a justiça fiscal. Bom senso passou longe. Cabeça foi feita para pensar! Vai mal, muito mal...

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