quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

2010 com ciúme

Começo 2010 escrevendo sobre ciúme. Bem dosado o ciúme esquenta uma relação a dois (ou mais que isso), o que quer que seja.

Nem sei mais o que é ciúme.
Sou um ser 'aciumatizado', vamos dizer assim.
Tive muito ciúme e sofri por isso, mas hoje não me tira mais do sério.
Quando se estabelece uma relação de lealdade e confiança o ciúme excessivo se manda quando percebe o verdadeiro amor chegar.
Mas isso não significa que a coisa tem que esfriar. Raspa-se as arestas e o que fica é um pouquinho só, ao lado da compreensão e tolerância com as falhas que todos temos.
Ajuda a temperar, mas não é salvo conduto para sair por aí pintando e bordando...
Nem sei se sinto falta de alguém ter ciúme de mim. E quem nunca foi traído? O aborrecimento, efêmero, logo dá lugar a uma nova possibilidade.
Traição é perdoável, mas a confiança -uma vez quebrada-, não tem remendo que deixe idêntico ao original. Não se faz para o outro o que não queremos para nós. Mas a maioria pensa na bandalha, no instante. Lá na frente recebe as consequências das traições em todos os sentidos.
Ciúme, por fim, nada mais é que a sensação, a desconfiança de estar sendo passado para trás. Algumas vezes com razão de ser, mas na maioria, fruto da fértil imaginação humana. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Mezzo a mezzo.
Controlemos a insegurança e o medo para o ciúme se reverter a nosso favor. E a quem está ao lado.
Ciúme de namorado, amigo, marido, irmão, pai, mãe, não importa: todos somos ciumentos. Assumimos, mas sempre depois de algum vexame ou barraco.
Lembre-se: a eternidade pode durar até a próxima festa. E se isso acontecer, cada um para seu lado, seguindo seu caminho, sem tragédias ou encenações toscas.
Difícil é falar em racionalidade, mas se não pararmos para respirar e refletir, o mundo seria mais louco ainda.

- Fechando:
Se você adiou deixou muita coisa para fazer em 2010, deveria ter imaginado que este ano temos além do infernoso Carnaval (ou 'semana da pátria' para alguns milhares de brasileiros orgulhosos de seu país), a Copa do Mundo e depois as eleições. Um ano perdido, sem a menor dúvida.
Por isso defendo a mudança dessas eleições em ano ímpar, em que não há futebol e olímpiada na jogada. Perdemos muito com esse oba-oba.
E acabem com o Carnaval também. Nem feriado é.
Uma pesquisa realizada pelo Ibope no início dos anos 2000 revelou que apenas 17% dos entrevistados gostam do Carnaval.
E quem não gosta fica sem opção.

3 comentários:

  1. Alvinho, falar de ciúme é tão difícil.......
    quem ja passou poucas e boas por causa de ciúmes, tem até arrepio só de falar a bendita ou maldita palavra!
    Todo mundo diz que se ele vem na dosagem certa,é bom, caso contrário é fogo!
    Eu penso assim: ou se gosta e tem confiança, ou não fique junto, porque já passei por uma fase em que sempre se dizia....ahhh um pouco de ciúmes só faz bem....depende.....e a gente acredita, no começo é bom, depois a coisa agrava de uma forma que ninguém sai de um relacionamento assim feliz...sai machucado.
    portanto acho melhor confiar mesmo...
    abraços
    eu estava com saudades dos seus posts.

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  2. "Ciume,o medo da perda",de Eduardo Ferreira Santos,renomado psiquiatra,especialista em Choque pós Traumático,com um trabalho excelente junto aos seus colaboradores,no Hospital das Clínicas de São Paulo,nos diz com precisão cirúrgica,como se fosse o Dr.Shibata,a razão de tanto ciume.Segundo entendi,está profundamente relacionado com nosso velho e conhecido ego,que provavelmente só os monges tibetanos conseguiriam suplantar,mesmo assim,por serem eles humanos,teriam que recitar mantras,meditar por todo tempo disponível a eles,depois disto tudo conseguir atingir o Nirvana,daí sim,estariam imunizados contra este mal do ser humano.Então pergunto:com toda tecnologia existente,com todo conhecimento que o ser humano já têm a seu respeito,como lidar com este sentimento tão ruim,que consome grande parte de nossa talvez rica,porem diante deste sentimentos,medíocre existência.Pergunto então,como trabalhar sentimentos,com esta grande batata quente na mão?

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  3. Esqueci de sugerir um filme,"A Insustentável Leveza do Ser",com Daniel Day-Lewis,baseado no livro de Milan Kundera,falando sobre a dualidade do ser,década de 80,mas esta dualidade....
    Depois volto para rever "Nada na Cabeça".
    Abraços

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