domingo, 10 de janeiro de 2010

Ato falho



Na minha infância me divertia com as linhas cruzadas ao telefone. E aquele número que discávamos (discar, lembra?) para fazer o aparelho tocar a campainha?
O que dizer então ao ligar para a casa de uma pessoa, perguntar por ela e ouvir a resposta que não há ninguém com o nome.
Não! Não era engano. Quem atende pode causar confusão trocando as bolas.
- “Alô, por gentileza a Fernanda (nome fictício) se encontra?”
- “Fernanda? Não tem ninguém com esse nome”, foi a resposta.
-“Não é 5555 5555?”
-“Sim, é”. A voz feminina que me atendeu emendou: “Mas não tem ninguém com esse nome”.
Ué? Enlouqueci? O número está certo. Insisti com a pergunta e a voz jovem disse o mesmo, dando o primeiro sinal que queria se livrar do chato aqui.
Talvez ela estivesse vendo TV, no Orkut, MSN, Twitter e o bendito telefone toca para atrapalhar. Será que estava de saída e apareci para atrasar o compromisso?
Em ocasiões assim pensa-se mil coisas ao mesmo tempo, mas a pergunta não quer calar:
-“Tem certeza absoluta que a Fernanda não está?”, já esperando uma resposta menos cordial diante do repeteco.
Ouvi outra negativa. Agradeci, pedi desculpa e desliguei. Fiquei matutando. Estão de brincadeira comigo ou a pessoa foi abduzida?
Minutos depois recebo a ligação da Fernanda esclarecendo o mal entendido. Uma amiga da irmã estava por lá e atendeu a ligação. Porém como todos a conhecem pelo apelido, obviamente que a última coisa que lembraria seria chamar pelo nome.
Isso ocorreu uma vez quando meu primo de Brasília estava aqui em casa e ligaram perguntando por ele. Mas pelo nome e não por seu apelido. Meu avô que atendeu e passou por essa.
Abdução, não. Ato falho, talvez.

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