quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fotojornalismo



Uma das grandes sacadas no jornalismo é a fotografia.
E fotojornalismo factual é o instante. Não dá para esperar ou pedir às pessoas envolvidas naquele cenário posarem para uma imagem, como se faz em reportagens especiais, onde um entrevistado faz caras e bocas ou simplesmente se deixa clicar pelo repórter fotográfico, enquanto é ouvido pelo jornalista.
Deu confusão na rua? Houve uma prisão em flagrante? É relevante? Não fotografou por quê?
Estava sem a máquina ou a bateria havia esgotado?
Já era. Não tem como repetir tudo aquilo. E possivelmente o emprego também foi para o beleléu.
A foto abaixo é carregada de mensagens.
Não se trata somente de uma cena de um protesto.
Mostra a agilidade do fotógrafo em seguir à frente da manifestação contra o FMI (IMF, em inglês), a velocidade da passeata e o sentido da seta no asfalto.
Ou seja, os participantes avançam com rapidez, escancaram a mensagem na faixa e apontam firmes com o andar a direção de saída ao FMI. É o momento que não foi desperdiçado. A maioria dos leitores não interpreta isso.
Entrevistas coletivas sempre inspiram imagens interessantes. Note que o entrevistado sai nos jornais com a imagem mais exótica, dentre dezenas que foram feitas. É uma composição com algum fundo, iluminação, seja o que for, deixa várias interpretações no ar.
Analise a composição desta imagem de Lula no exterior.
Entendeu?
Procuro andar sempre com minha máquina à mão.
Numa dessas, pelas madrugadas, fui ao local de um acidente com três vítimas fatais.
Minha foto foi capa do jornal Tribuna Impressa em 11 de março de 2003. Maria Antônia Dario era a editora-chefe naquele tempo. Foi um fríla [de free lance, um trabalho por fora, bico].
Outro momento que saquei do arquivo foi no jornal Vitral da Uniara em 2006.


Era um dos 'fotógrafos' desta edição. A foto da rua Voluntários da Pátria foi feita no mesmo dia da imagem da clínica de fisioterapia.
A dos trilhos foi ideia de João Castro, que sugeriu escalar uma caixa dágua numa fábrica desativada.
Topei, mas ao atingir a tampa da caixa em forma de chapéu chinês, tremi.
Tremi ao olhar ao redor e ver uma paisagem magnífica e cair na real de estar a mais de 40 metros de altura num lugar sem nenhum apoio físico e com uma escada enferrujada.
Nesta imagem em P/B estão as duas caixas. A mais baixa foi escolhida, pois a de 60 metros estava sem escada.
Mas valeu.
Outro momento para foto estava na varanda de um dos estúdios do jornal na avenida Bento de Abreu.
Minutos antes de entrar no ar saí para ver o dia clarear. Corri pegar a máquina e deu no que deu.

Como sempre busquei matérias em lugares que se modificam com o passar do tempo, aproveitei para detalhar o andamento das obras de asfaltamento da vicinal entre Bueno de Andrada e Silvânia (distritos de Araraquara e Matão, respectivamente) e fotografei de um viaduto estreito sobre a ferrovia. Hoje o lugar é pavimentado e serve de rota de fuga do pedágio mais caro do planeta na SP 310 (coisas do Zé Pedágio).

Um comentário:

  1. E daí vem aquele famoso ditado:"Ahhhh se meus olhos tirassem fotos!"
    Enquanto você fotografa o amanhecer, eu amoooo fotografar finais de tarde...tenho dezenas de fotos...kkkkkkkkk
    bjoooz

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