Cheirinho de bebê

Sexta-feira (16), em uma loja de cosméticos da Rua Galvão Bueno, prestei atenção aos anúncios que o locutor da casa fazia pelo sistema de som.
Uma delas despertou minha curiosidade pelos dizeres: "Creme para cabelos com cheirinho de bebê apenas X reais. Tem que conhecer e aproveitar"!
Aquilo soou, no mínimo, estranho.
Cheirinho de bebê pode ser muita coisa e não propriamente o perfume do produto. Imagine um creme com o tal 'cheirinho de bebê' na versão troca de fralda. Nunca emplacaria no mercado.
A coisa veio para o mundo real minutos depois. Minha mãe estava às voltas com a escolha de um spray mousse para cabelos (sem cheirinho de bebê, claro) e uma funcionária da loja se ofereceu a ajudar.
A dúvida era sobre a validade dos tubos na gôndola, pois a fabricação datava de 2008 e todos expiravam no início de 2010. Se o produto fosse bom mesmo, as latas seriam de um lote mais recente, concorda?
Tirei meu boné e mostrei minha careca oncológica. Disse que o spray era bom mesmo.
Surpresa diante do meu visual Kung Fu (afinal estava em uma loja de cosméticos), a funcionária deu risada, sem poder confirmar se minha calvície era resultado do produto.
É aquela história da casa 'mal assombrada' ou da laranja 'bem doce' da feira livre.
Perco a amizade, mas não a piada.
Estou errado?
Bom domingo.