sábado, 21 de novembro de 2009

Homenagem


1978 foi o ano em que meu pai comprou um Fiat 147 zero quilômetro, modelo 79. Não riam!
Lembro da minha alegria e euforia ao ver meu pai chegando de uma concessionária Fiat na Avenida Nazareth com o carro. A loja nem existe mais, acho.
Naquele final de ano viajamos para Brasília.
Aos oito anos, não controlava minha ansiedade para a viagem começar. Coisa de criança mesmo. Meu pai, minha mãe, meu irmão, eu e ainda dois primos a bordo do ‘possante’.
A rodovia dos Bandeirantes havia sido inaugurada em outubro daquele ano. Era o deleite para um garoto vidrado em túneis, viadutos, rodovias, pontes, elevadores e metrô.
A estrada, novinha em folha, terminava na Anhanguera e lá começavam os trechos em duplicação.
As fotos que fiz quando vim para São Paulo na última viagem (12) foram pensadas neste tema e tem um fundo de saudade e homenagem nisso.
Tanto é que o acesso de Nova Odessa no quilômetro 120 ficou em minha memória na volta de Brasília. Eu explico.
Como disse, a Anhanguera estava em obras e havia uma sequência infindável de desvios, trechos em pista simples, lombadas, placas de sinalização com velocidade máxima de 40 km/h.
Imagine um carro projetado para atingir os 80 km/h facilmente (na época), ter que rodar nessas condições.
Pois bem. Nada do que se vê nas imagens existia. Era muita terra, máquinas pesadas e homens no local.
Ficou na memória toda a escavação feita para abrir o acesso e abrigar um desvio ao lado da construção do segundo viaduto da duplicação.
Meu pai ainda comentou algo sobre a parafernália existente no local quando passamos no que viria a ser mais um acesso entre tantos que levam a rodovia à divisa com Minas Gerais.
Semana que vem completam-se três anos da morte de meu pai.
A alça de acesso, como se vê, foi remodelada com a privatização, a Anhanguera perdeu a pose para a extensão da Bandeirantes e está decadente.
Porém, a lembrança da viagem há 30 anos ficou para sempre aos olhos do menino vislumbrado com tamanha obra de engenharia.
Hoje, sou jornalista, mas ainda passo pela estrada na minha ligação São Paulo-Araraquara.
Nesse lugar, as imagens de 78 vêm à tona e vejo meu pai, dirigindo nosso zero quilômetro. Como se fosse hoje.
Valeu, pai!
Bom final de semana.

4 comentários:

  1. Até o momento não sei se consegui postar meu comentário,na duvida farei de novo,não com as mesmas palavras,apenas farei novamente.
    Todas as vezes que fui a São Paulo,é claro que muitas obras sempre em andamento,sempre olhei,nunca observei detalhes,tal qual voce o faz;gostaria de dizer e já estou dizendo,que o que mais chamou minha atenção,não foram estas obras citadas e sim ver seu coração falando,escrevendo e descrevendo sua viagem à Brasilia,tenho certeza que ao ler esta matéria,já sei que fui com voces nesta viagem fantástica e tambem sua homenagem ao pai.Valeu Álvaro!!!

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  2. bom dia Alvaro,td isso é muito importante na vida de uma criança e e meu marido preservamos muitos momentos ao lado de nossos filhos,elas tem capacidade de guardar os acontecimentos pela viad td .Fique feliz por td isso pois poucas crianças vivenciam estes momentos um garnde abraço!!!!!

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  3. Oi Álvaro!

    O tempo passou, ele é implacável, mas as lembranças são eternas. Também tenho várias, e cada uma delas traz um pouquinho de quem se foi de volta pra mim, traz o momento de volta para me fazer sorrir.
    A graça da vida é ter histórias para contar, e novas aventuras para viver.
    Atualmente não me fixo em datas, apenas em planos, sem época certa para colocar em prática.

    Abraço

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  4. Sabe Alvinho, a sua sorte é ter sei PAI com você, quem não tem sente uma dor terrível no coração, e a mardita chamada "saudade". Deus do céu como sinto falta dele! Ja morreu faz 29 anos e não perdoo Deus por ter levado ele tão depressa. Ele era minha âncora, meu tudo....
    por isso sempre digo as pessoas: façam tudo por seus pais e os guarde em seu coração, porque passa muito rápido e a gente nunca sabe quando Deus vai precisar deles lá em cima.....
    hoje voce me ajudou muito com sua materia....escreva sempre! adoro o que escreve!
    beijos

    celinha

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